sexta-feira, maio 31, 2002

Os copos de vidro


Por volta do ano 1500 a.C., em plena Idade do Bronze, os copos de vidro já se haviam vulgarizado. Antes, bebia-se por púcaros de barro e, em certas ocasiões cerimoniais, por taças de ouro.

Contudo, a técnica de fundir uma substância vítrea de modo a revestir objetos sólidos, havia sido descoberta muito tempo antes: por volta de 4000 a.C. Terá sido provavelmente no Egito que primeiro surgiu a idéia de um vaso oco de vidro. Foi feito mergulhando um saco de pano com areia num cadinho com vidro fundente, modelado posteriormente, rolando-o sobre um banco de pedra liso. Quando o vidro arrefecia era só retirar o saco. Essa técnica espalhou-se por todo o Próximo Oriente por volta de 1200 a.C.

Contudo, com a primeira “Idade das Trevas” perdeu-se, só se reabilitando, bastante mais tarde, por volta do século VIII a.C. no Egito, Fenícia, Síria, Itália e Europa Celta. Já então se soprava o vidro através de um tubo oco de metal, uma idéia nascida no século I a.C na Síria. A técnica do sopro difundiu-se pelo Império Romano, tendo até aos nossos dias sobrevivido um elevado número de canecas romanas e pequenos frascos para perfume.

A arte do vidro sobreviveu à queda do Império através dos vidreiros da Renânia. Os copos de vinho de vidro foram sempre artigos de luxo até ao século XVIII.

Texto: polvo.pt.

quinta-feira, maio 30, 2002

TEMPRANILLO - A principal variedade da Espanha

Embora as primeiras videiras tenham sido plantadas na Espanha em 1.100 a.C. pelos fenícios, foi somente no final do século 19, após a phylloxera, que os vinhos espanhóis começaram realmente a ter o padrão de qualidade que persiste até hoje. Neste século, a Guerra Civil e a 2ª Guerra Mundial quase causaram a destruição da sua indústria vitivinícola, porém a normalidade voltou a partir início de 1950 com a restauração dos vinhedos e a introdução do sistema de Denominação de Origem.

Atualmente, a Espanha é o terceiro maior produtor de vinhos do mundo com mais de 30 milhões de hectolitros, ficando somente atrás da Itália e da França. Cerca de 600 variedades de uvas participam dessa enorme produção, sendo a imensa maioria de vinhos tintos. Mais de 80% dessa produção entretanto é obtida por apenas 20 variedades, destacando-se entre elas a Tempranillo, com certeza a mais importante e mais famosa uva tinta da Espanha. O nome Tempranillo provavelmente vem de temprano (cedo em espanhol), visto que amadurece prematuramente, antes das outras variedades como a Garnacha, Mazuelo e Viura, normalmente utilizadas para corte em Rioja. Embora entre em maior proporção na maioria dos vinhos, a produção de varietais puros 100% Tempranillo encontra-se aumentando.

Considerada uma variedade vinífera das mais nobres, a Tempranillo é uma uva de tamanho médio, casca espessa e muito escura. Produz vinhos com teor alcóolico entre 10,5 e 13%, acidez equilibrada e bastante propícia para o envelhecimento em carvalho. Melhor conhecida como a uva clássica da Rioja, é também cultivada em alguns poucos países do mundo com diferentes nomes. Mesmo no próprio país tem diversos sinônimos quando fora de Rioja, considerada sua "terra natal". É Tinto Fino e Tinta del País em Ribera del Duero, Ull de Llebre em Penedés, Cencibel em Valdepeñas e também conhecida como Grenache de Logrono, Tinto de Toro e Tinto Madri. Sua maior concentração ocorre nas sub-regiões de Rioja Alta e Rioja Alavesa, com mais de 70% do plantio.

A Tempranillo tem um baixo conteúdo natural de enzimas oxidantes, o que garante aos vinhos dessa uva, cortados ou puros, uma excepcional longevidade. Produz vinhos de cor profunda, estruturados, elegantes e complexos. O emprego da barrica bordalesa de carvalho, cujo aroma pronunciado porém suave de baunilha caracteriza a maioria dos vinhos tintos espanhóis, é intrínseco ao estilo. O vinho envelhecido em madeira na medida certa fica mais "redondo"; seus componentes são melhor integrados e tanto o aroma quanto o sabor ficam mais ricos e persistentes. Os vinhos de Tempranillo são extraordinariamente finos e muitos de excepcional qualidade, comparáveis aos melhores do mundo. Estes últimos possuem o mágico poder de despertar paixões ao primeiro gole.

A Tempranillo consistentemente produz vinhos com características definidas e não é muito afetada por fatores que normalmente influenciam outras castas, como localização dos vinhedos, técnicas de fermentação, etc. É cultivada e vinificada principalmente em Rioja e em Ribera del Duero. Encontra-se também em Portugal, nas regiões do Douro, Dão e Alentejo. No Douro, com o nome de Tinta Roriz, é uma das uvas que entram na composição do Vinho do Porto; no Dão também como Tinta Roriz e Tinta Aragonez no Alentejo. Nestas duas últimas regiões, é principalmente utilizada misturada com uvas locais. Estados Unidos, Argentina e sul da França, em Languedoc-Roussillon também possuem vinhedos de Tempranillo, porém em pequena escala.
texto: winexperts.com.br

quarta-feira, maio 29, 2002

Porto : um vinho com história

Ao longo de quase dois milénios, fez-se, na encostas xistosas do vale do Douro, uma paisagem vitícola singular, um vinho excepcional. Mais do que um dom da natureza, o vinho do Porto é, na sua essência, essa espessura histórica, um património cultural coletivo de trabalho e experiências, saberes e arte, que gerações e gerações acumularam. O vinho do Porto foi e é um produto chave da economia nacional e ainda mais um valor simbólico que distintamente representa a portugalidade no mundo. A história do vinhedo do Alto Douro é muito antiga. Não faltam descobertas arqueológicas e referências documentais a testemunhar a persistência cultural do empenho vitivinícola de outras eras.

Recuam pelo menos aos séculos III-IV os vestígios de lagares e vasilhame vinário, um pouco por toda a região duriense. Porém, a designação de vinho do Porto surge apenas na segunda metade do séc. XVII, numa época de expansão da viticultura duriense e de crescimento rápido da exportação de vinhos.No último terço do séc. XVII, em tempo de rivalidades entre os impérios marítimos do Norte, flamengos e ingleses aumentam a procura dos vinhos ibéricos, em detrimento dos de Bordéus e de outras regiões francesas. A Inglaterra importa crescentes quantidades de Porto. Em 1703, o Tratado de Methuen virá consagrar no plano diplomático este fluxo mercantil, prevendo a contrapartida de privilégios para os tecidos britânicos no mercado português. A produção duriense, estimulada pela procura inglesa crescente e preços altíssimos, tenta adaptar-se às novas exigências do mercado. Mas, como acontece a todos os grandes vinhos, o negócio rivaliza interesses, suscita fraudes e abusos. Ora, a partir de meados do séc. XVIII, as exportações estagnam, ao passo que a produção vinhateira parece ter continuado a crescer. Os preços baixam em flecha e os ingleses decidem não comprar vinhos, acusando os lavradores de promover adulterações.

Esta crise comercial conduzirá, por pressão dos interesses dos grandes vinhateiros durienses junto do governo do futuro Marquês de Pombal, à instituição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, em 10 de Setembro de 1756. Com ela busca-se assegurar a qualidade do produto, evitando adulterações, equilibrar a produção e o comércio e estabilizar os preços. Procede-se à primeira «demarcação das serras».A região produtora é bordada por 335 marcos de pedra com a designação de Feitoria, designação que referendava o vinho da melhor qualidade, único que podia exportar-se para Inglaterra, vulgarmente conhecido por vinho fino. Define-se o conceito de cadastro.

Na segunda metade de Oitocentos, um conjunto de fatores conjuga-se para marcar o ponto de viragem do Douro pombalino para o Douro contemporâneo, promovendo profundas mudanças na viticultura duriense. Depois das destruições provocados nos anos cinquenta pelo oídio, é a filoxera que, a partir da década seguinte, reduz a mortórios grande parte do vinhedo da área demarcada. Em 1865, a instauração do regime de liberdade comercial constitui, de facto, ao nível regional, a abertura da linha de demarcação, permitindo a expansão rápida do vinhedo no Douro Superior, onde o ataque da filoxera foi mais tardio e menos violento. Surgem novas práticas de preparação do terreno, alteram-se as práticas de plantação da vinha, selecionam-se as melhores castas regionais para enxertia, difunde-se a utilização racional de adubos e fito - sanitários, aperfeiçoam-se os processos de vinificação...

No final do século, é bem visível o impacto da filoxera no reordenamento do espaço regional.
Aos poucos reorganizado e estendendo-se agora a uma área muito maior, o vinhedo duriense contará, a partir de finais dos anos oitenta, com um outro inimigo, bem mais destruidor que as doenças da videira - a crise comercial. Paralelamente, a fraude. As imitações de vinho do Porto tornam-se freqüentes nos nossos principais mercados, onde se vendem os French Ports, os Hamburg Ports, os Tarragona Ports, por preços inferiores aos genuínos Port Wínes.

Crise comercial, crise da lavoura, o Douro era um retrato de miséria. Ao iniciar o seu governo de ditadura, a 10 de Maio de 1907, João Franco assinava um decreto que vinha regulamentar a produção, venda, exportação e fiscalização do vinho do Porto, regressando aos princípios que nortearam, 150 anos antes, a política pombalina de defesa da marca. Foi novamente demarcada a região produtora, abarcando agora o Douro Superior. Restabelecia-se o exclusivo da barra do Douro e do porto de Leixões para a exportação dos vinhos do Porto, reservando-se a denominação de Porto para os vinhos generosos da região do Douro, com graduação alcoólica mínima de 16,5º. A proteção e fiscalização da marca ficavam a cargo da Comissão de Viticultura da Região do Douro.

Em contrapartida, o decreto de 27 de junho, que veio regulamentar o comércio das aguardentes, proibia a destilação dos vinhos durienses, obrigando o Douro a receber de outras regiões vitícolas a aguardente para beneficiação dos seus vinhos, fato que motivou violenta contestação. O alargamento excessivo da área de demarcação suscitou também viva polémica. No ano seguinte, o governo do Almirante Ferreira do Amaral (decreto de 27 de Novembro) iria optar pela demarcação por freguesias, reduzindo a área produtora de vinho do Porto praticamente ao espaço da actual demarcação (dec. - Lei de 26 de junho de 1986), que corresponde à que foi estabelecido pelo decreto de 10 de Dezembro de 1921. As exportações aumentaram a um ritmo nunca esperado, atingindo, em 1924/1925, mais de cem mil pipas, nível que só seria ultrapassado em finais da década de 1970. Porém, a situação nas aldeias do Douro não parece ter sofrido melhorias significativas. A miséria e a fome agravavam-se com a subida dos impostos e dos preços dos produtos, no fim da Monarquia e durante a 1ª República.

A agitação política e social do primeiro quartel do século XX marcou um dos períodos mais turbulentos da história do Douro. Manifestações, comícios, motins, incêndios de comboios com aguardente do Sul, assaltos a Câmaras e Repartições Públicas. O novo regime nascido do levantamento militar de 28 de Maio de 1926 viria impor novas alterações na organização do comércio de vinho do Porto e da lavoura duriense, reforçando o intervencionismo estatal. Logo em 1926, foi criado o Entreposto de Vila Nova de Gaia, que deveria funcionar como prolongamento da região produtora.

Todas as empresas ligadas ao comércio do vinho passariam a ter aqui obrigatoriamente os seus armazéns de envelhecimento, acabando, na prática, com a comercialização direta, a partir do Douro. Em 1932, o regime corporativo organizava os Grêmios da Lavoura, com representação dos Sindicatos locais, constituídos pelos proprietários cabeças - de - casal. Por seu turno, os Grêmios Concelhios passariam a associar-se na Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro - Casa do Douro, organismo encarregado de proteger e disciplinar a produção. Regulamentação posterior (decreto de 30 de Abril de 1940) atribui-lhe poderes para elaborar a atualizarão do cadastro, distribuir o benefício, fornecer aguardente aos produtores, fiscalizar o vinho na região demarcada e conceder as guias para os vinhos a ser transportados para o Entreposto de Gaia.

Em 1933, era organizado o Grêmio dos Exportadores do Vinho do Porto, associação do setor comercial com as funções de zelar pela disciplina do comércio.As atividades da Casa do Douro e do Grêmio dos Exportadores passam a ser coordenadas pelo Instituto do Vinho do Porto, organismo criado nesse mesmo ano, com as funções de estudo e promoção da qualidade, fiscalização e propaganda do produto.Foi atualizado a cadastro dos vinhedos. De acordo com a localização, as características do terreno, as castas e a idade da vinha, a Casa do Douro atribui anualmente a cada viticultor uma autorização para produzir uma quantidade de mosto determinada, a que corresponde uma certa qualidade (da letra A, o melhor, até à letra F) e um preço correspondente. É o sistema de benefício.

A partir dos anos 50, desenvolve-se o movimento cooperativo, que, nos inícios da década seguinte, abarcará cerca de 10% do número de produtores e da produção vinícola regional. Após 1974, a organização corporativa é extinta, mas a Casa do Douro e o Instituto do Vinho do Porto mantêm as suas funções básicas de defesa da qualidade da marca. Por seu turno, o Grêmio dos Exportadores deu lugar à Associação dos Exportadores do Vinho do Porto, que passou a designar-se, mais recentemente, Associação das Empresas de Vinho do Porto. Entre as empresas exportadoras, tem-se verificado uma tendência para a concentração. Paralelamente, algumas dessas empresas têm realizado grandes investimentos na área da produção, adquirindo quintas e vinhedos, e fazendo novas plantações. Em movimento inverso, alguns produtores lançam-se, desde 1978, no circuito da comercialização direta, recuperando uma prática perdida em 1926. Em 1986, cria-se a Associação de Produtores Engarrafadores de Vinho do Porto, visando sobretudo a exportação direta, a partir das quintas do Douro, em nome dos respectivos produtores.

Em 1995, a região Demarcada do Douro viu alterado o seu quadro institucional. Passou a estar dotada de um organismo interprofissional, - a Comissão Interprofissional da Região Demarcada do Douro (CIRDD), no qual tomam assento, em situação de absoluta paridade, os representantes da lavoura e do comércio, com o objetivo comum de disciplinar e controlar a produção e comercialização dos vinhos da região com direito a denominação de origem. As alterações introduzidas respeitam, contudo, as especificidades históricas, culturais e sociais da região, seguindo as linhas orientadoras da lei - quadro das regiões demarcados vitivinícolas. São as duas seções especializadas que compõem o Conselho Geral da CIRDD que determinam as regras aplicáveis a cada uma das denominações, nos termos da legislação em vigor. Uma é relativa à denominação de origem " Porto " e outra aos restantes vinhos de qualidade (" vqprd ") da região.
Texto :port-wine.freeyellow.com

terça-feira, maio 28, 2002

Troca por vinho o amor que não terás.
O que esperas, perene o esperarás.
O que bebes tu, tu bebes. Olhas as rosas.
Morto, que rosas é que cheirarás?
Traze o vinho, que o vinho, dizem é
O que alegra a alma e o que, em perfeita fé
Traz o sangue de Deus ao corpo e à alma.
Mas, seja como for, bebe e não sê
(Fernando Pessoa)


O espírito é variável como o vento...
Mais coerente é o corpo, e mais discreto.
Mudaste muita vez de pensamento,
Mas nunca de teu vinho predileto...
(Das preferências, Mário Quintana)




segunda-feira, maio 27, 2002

O VINHO ITALIANO
HISTÓRICO
A videira chegou ao território da atual Itália cerca de 4.000 atrás, na Sicília, pelo contato com os cretenses, fenícios e gregos, e assumiu importância crescente, sendo atribuída a um dos deuses romanos, Baco, a função de protetor das videiras. No século I a.C. o historiador Plinio, o Velho, no seu tratado “Naturalis Historia”, descreve cerca de oitenta vinhos de alta qualidade , destinados aos nobres, e cerca de 100 de qualidade média e baixa, destinados principalmente à plebe. Nos famosos banquetes romanos os vinhos eram adicionados de certas especiarias pelo “arbiter”, uma espécie de precursor do “sommelier”, o moderno especialista em vinhos. Foi também aproximadamente nessa época que a Itália se tornou conhecida como “Enotria”. Isto quer dizer, em grego, “a terra do vinho”, e tem com a mesma raiz da ciência que estuda os vinhos, a “enologia”. A palavra latina para vinho era “vinum”. Com a queda do Império Romano essa atividade foi interrompida, sendo por vários séculos mantida apenas nas já mencionadas ordens religiosas e mosteiros, renascendo sua produção e comércio com o advento das chamadas Repúblicas Marítimas italianas (Genova, Pisa, Veneza), ao redor do século XI a XIII, quando o comércio e intercâmbio marítimos tinham no vinho um dos seus produtos de destaque. Entre 1500 e 1700 começaram a destacar-se tipos específicos de vinho de certas regiões, como Romagna, Toscana, Lazio, Campania, e Sicilia, alguns dos quais famosos até hoje. Em 1716 Cosmo III de Medici, Prícipe de Florença, editou o primeiro decreto que definia as regras para a produção de vinho, para o Chianti da Toscana. A produção verdadeiramente industrializada de vinho na Itália começou na segunda metade do século XIX, para ser logo depois interrompida pela praga da filoxera. Superada essa crise, o indústria vinícola italiana passou a crescer a altos volumes - segundo alguns autores, às vezes, às custas do sacrifício da qualidade.

Após a Segunda Guerra Mundial vem a legislação sobre a Denominazione di Origine Controllata (D.O.C., 1966) e Denominazione di Origine Controllata e Garantita (D.O.C.G., 1992/93), o que leva novamente a uma orientação para a produção de vinhos de alta qualidade. Surgem então pequenos produtores que dedicam uma atenção especial à qualidade e às técnicas tradicionais de produção, os quais são hoje centenas, verdadeiros artesãos produzindo vinhos excelentes, mas frequentemente conhecidos apenas localmente.

CATEGORIAS

Atualmente, em nível nacional, o vinho produzido na Itália é dividido em 2 grandes categorias: vinho de mesa (vino da tavola) e vinho com denominação de origem (vino a denominazione d'origine). Os de mesa são os menos sofisticados. Aos vinhos com denominação de origem, oficialmente chamados de Vqprd (vini di qualità prodotti in regioni determinate), correspondem, em qualidade crescente, os vinhos com Igt (indicação geográfica típica), os vinhos DOC (Denominazione d'origine controllata) e DOCG (Denominazione d'origine controllata e garantita]. Existem também regulamentos a nível regional e provincial. Você pode conhecer, como exemplo, um regulamento regional piemontês acessando o artigo “Nuovi criteri per la produzione di vini rossi di qualità” no site Piemonte. Esta região instituiu uma “anagrafe vitivinicola’, que é o cadastramento, no nível administrativo do comune (para o Brasil, seria municipal), de tudo o que se refere a essas atividades.

REGIÕES PRODUTORAS E CARACTERÍSTICAS

A Itália inteira produz vinhos, desde as frias encostas dos Alpes ao norte, passando pelas planícies do Rio Pó, as zonas de colinas centrais, até a seca e ensolarada Sicília, sem esquecer a ilha da Sardenha. Em breve você encontrará aqui o mapa das regiões produtoras italianas.

domingo, maio 26, 2002

O VINHO BEAUJOLAIS NOUVEAU
A tradição do Beaujolais Nouveau determina que a garrafa de vinho só pode ser aberta a partir da terceira quinta-feira de novembro. Existe uma grande expectativa para esse dia onde os principais importadores do Mundo como Inglaterra, Estados Unidos e Brasil reservam frete aéreo com bastante antecedência para trazê-lo. Através de uvas similares às Beaujolais, muitos países começaram a produzir os seus Nouveaux, como é o caso da uva Georges Duboeuf nos EUA e Gamay no Brasil. Porém o charme ainda está nos Beaujolais, do sul da Borgonha.O Beaujolais surgiu, ainda no século XVIII, por causa de consumidores sedentos de Lyon que adquiriam o vinho vindo das colinas do sul da Borgonha trazidos por seus produtores em carroças com barricas cheias. A particularidade deste vinho estava no fato dele ainda se encontrar em processo de fermentação através das leveduras. Era realmente um vinho muito novo.
TEXTO: Cheers.com.br

sábado, maio 25, 2002

VINHOS DE JEREZ
A cidade de Jerez de La Frontera, que se situa na Província Andaluza de Cádiz, foi dado o nome de Shera pelos então seus fundadores, os fenícios, isto 1.100 anos a.C., daí não ser difícil advinhar a província da palavra Sherry, Jerez ou Xéres, pois é designado destas três formas. Aos fenícios outros povos se seguiram: gregos, cartagineses e romanos. A seguir à queda do Império Romano a região foi invadida por povos vândalos que quase destruíram as vinhas.Só no ano de 711 da nossa era apareceram na Província os árabes, a quem se atríbui também a derivação da palavra Jerez (Cherrisch em Árabe). De 711 a 1264, ano da reconquista cristã, a cidade de Jerez fazia de fronteira árabe-cristã, daí o nome atual de Jerez de la Frontera.

A comercialização do Vinho do Jerez começou como, à semelhança de outros, um negócio de ingleses para ingleses. A região demarcada do vinho do Jerez situa-se a noroeste, na Província de Cádiz entre os rios Guadalquivir e Guadaladete e até ao Oceano Atlântico, tendo como pontos de referência mais importantes Jerez de la Fronteira, Puerto de Santa Maria e Sanlúcar de Barameda. Nesta região cultivam-se aproximadamente 23.000 hectares de vinha com predominância da casta Palomino Fino, que só por si representam cerca de 95%, sendo as restantes castas a Pedro Ximénez e a Moscatel. O Vinho Jerez na sua produção é fortificado com Aguardente Vínica.

A fermentação processa-se em Tonéis de Carvalho e pode durar de 2 a 6 dias e é tumultuosa (1.ª fase). Desta fermentação resulta o tipo de vinho, é uma "decisão espontânea" do próprio vinho, tendo pouca influência do vinhateiro nesta escolha .A 2.ª fase ou a 2.ª fermentação, que é lenta, pode durar cerca de três meses, mas finda a mesma obtém-se já um vinho integralmente seco.
Texto : Gastronomias.com

sexta-feira, maio 24, 2002

O VERNISSAGE DE UMA DEGUSTAÇÃO

O gesto quase litúrgico do sommelier quando abre uma garrafa, fura a rolha, pega o vinho e finalmente o decanta ou derrama diretamente na taça mais apropriada, não corresponde a um ritual meramente caprichoso. O vinho necessita de vigilância, amor e cuidado até o último momento.

O vinho é um presente para os sentidos. Sua degustação importa complexas sensações da vista, do olfato e do paladar. Nada mais gratificante que desfrutar o prazer de compartilhar numa comida entre amigos, empregando o momento apropriado da cultura e sensibilidade dos comensais.Mas, de nada servirá anos de envelhecimento de um reserva na vinícola, ou da beleza e sedução de suas cores, se no momento de servi-lo a sua temperatura está demasiadamente alta ou excessivamente baixa, ou até uma taça que não esteja adequadamente limpa. Ao abrir a garrafa, por exemplo, deve-se evitar que saca-rolhas atravesse a rolha na sua totalidade, pois partículas dela poderiam cair no vinho. Uma vez retirada, seu cheiro será a prova que nos confirmará uma perfeita conservação.


Para melhor apreciar seus aromas, é aconselhável não encher as taças mais do que 2/3 partes. A adequada eleição das taças também é de suma importância. Serão fechadas na sua parte superior para os brancos e rosados; na forma de balão para os tintos; e estreitas e altas, tipo flauta ou tulipa, para os champagnes.


Por último, chega o momento culminante. Quando a taça, tomada pelo pé da sua base plana afim de não esquentar o vinho com a mão, se levanta até a altura de sua vista, e a contraluz, se descobre limpidamente todas suas qualidades. Uma ligeira rotação da taça exaltará, com a ajuda da oxigenação, seus componentes aromáticos. E finalmente, um primeiro gole, pequeno, passeando lentamente pela boca ao mesmo tempo que memorizamos uma por uma suas sensações.
Assim é a arte da degustação de um vinho.
TRADUÇÃO : Flávio Noer
TEXTO :VALLFORMOSA.ES

quinta-feira, maio 23, 2002

BLOOD MARY

Paris, anos 20. A cidade que serviu de cenário e inspiração para grandes transformações culturais e comportamentais, também foi palco de criações etílicas que se eternizaram, como o world famous Bloody Mary. O americano "Pete" Petiot, então comandante do balcão do Harry's New York Bar, - que até hoje funciona no número 5 da Rue Doneau, Paris - criou o Bloody Mary a pedidos de compatriotas que visitavam a França e pretendiam levar para os Estados Unidos, então submetidos à Lei Seca, uma bebida cuja aparência e odor mascarasse o teor alcoólico e ao mesmo tempo fosse fácil de preparar. O nome do cocktail tem duas origens mais conhecidas. Ele teria sido batizado inicialmente como Bucket of Blood (Balde de Sangue), pelo fato do drink lembrar uma garota chamada Mary, que o criador havia conhecido no Bucket of Blood Club in Chicago. A outra remonta à sua chegada nos EUA, na década de 30, quando o drink ganhou o seu nome atual, que seria uma referência à Rainha Mary Tudor, filha de Henrique VIII. Mary Tudor teve um reinado de apenas 5 anos e comandou uma grande matança de adversários protestantes, tornando-a conhecida como Bloody Mary. Independentemente da veracidade de sua origem, o Bloody Mary é o que podemos chamar de um drink clássico. Ele continua vivo, refrescante, um ótimo remédio para ressacas, excelente aperitivo e mais criativo para inovações do que qualquer outro drink. A versão com tequila chamada "Bloody Maria" é cada dia mais comum em vários bares pelo mundo afora.

Bloody Mary Clássico:
1/4 de suco de tomate
1 copo de vodka
1 colher de sopa de molho inglês
1 colher de sopa de suco de limão
1 colher de chá de tabasco
- tiras de limão
- talos de salsão
Modo de preparar:
Em um jarro misture todos os ingredientes e mexa bem. Sirva com gelo. Decore com as tiras de limão e com os talos de salsão.
FONTE: taste.com.br.news.

A DEGUSTAÇÃO DO VINHO


Degustar um vinho nada mais é do que experimenta-lo de forma atenta, analisando suas qualidades e seus defeitos. A primeira fase é a análise visual. É feita colocando-se a taça contra uma fonte de luz ou sobre uma superfície branca. Lembre-se que o vinho deve ser decantado para se efetuar este tipo de análise. Se após a decantação o mesmo se apresentar turvo, isto demonstra falha.

A segunda análise é em relação a intensidade. Nessa fase analisamos a cor do vinho proveniente da casca da uva e em alguns casos da polpa. A presença de coloração dourada clara em vinhos brancos e dourada escura em vinhos tintos demonstra oxidação. Vinhos intensos são considerados vinhos de qualidade.

A terceira análise fica para a nuance, onde estaremos analisando o grau de envelhecimento do vinho. Vinhos tintos jovens geralmente apresentam coloração púrpura, já os mais envelhecidos apresentam coloração alaranjada ou castanha nas bordas.

Na quarta fase analisaremos as lágrimas do vinho para detectar o teor alcoólico do mesmo. Para isto faça movimentos circulares com a taça e observe as lágrimas escorrendo pelas bordas. Quanto mais lentas elas forem maior o teor alcoólico do vinho. Um vinho mais leve apresenta um teor alcoólico menor, portanto suas lágrimas são mais rápidas.

quarta-feira, maio 22, 2002

A ELEGÂNCIA DOS VINHOS CHILENOS
Texto: Ricardo Bucci

O vinho abranda e acalma os espíritos e adormece as preocupações da mente. Reativa nossas alegrias e é óleo para a moribunda chama da vida. Com moderação não nos arrebata a razão, mas prazerosamente nos convida à alegria. (Sócrates)

A cada dia o mundo reverencia os vinhos chilenos. De fato, o país tem a reputação de ser "o paraíso da viticultura", - com clima leve e ideal, - protegido contra as doenças.

A sua crescente estatura no cenário vinícola internacional reflete-se no copo: nos últimos cinco anos, o país vem fornecendo tintos confiáveis e brancos cada vez mais frescos e saborosos. Os 450 anos de história do vinho chileno estão fortemente marcados e influenciados pela Europa. A videira chegou ao país levada pelos conquistadores espanhóis em meados do século XVI. A primeira colheita de uvas chilenas data no ano de 1531. Dessa época longínqua, Francisco Carabantes introduziu, em 1548, uma casta chamada país - a mesma que na Califórnia toma o nome de mission.

A partir de 1851, um agricultor visionário, Silvestre Ochagavia, começou a substituir as cepas espanholas pelas mais destacadas variedades viníferas francesas como Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Cot (Malbec), Merlot, Pinot Noir, Sauvignon Blanc e Sémillon.

No final do século XIX a história do vinho chileno muda de rumo. Nessa época, as vinhas do resto do mundo foram devastadas pela filoxera - uma grande praga das videiras. Assim sendo, vários enólogos italianos, franceses e espanhóis imigraram ao Norte e América do Sul. Boa parte destes experts chegaram ao país em razão das vantagens climáticas e das terras favoráveis à vitivinicultura. A praga não venceu as barreiras naturais do Chile - o deserto ao norte, os rigores polares ao sul, o Pacífico ao ocidente e os Andes ao leste, com seus imponentes 4.000 metros de altitude. Desde então, o país não usa agrotóxicos ou outros produtos químicos que coloquem em risco a sua agricultura.

Hoje, o país produz 550 milhões de litros/ano e o consumo per capita chega aos 29,5 litros por habitante. Resultado? Vinhos a bom preço, fáceis de beber e que podem satisfazer os mais exigentes consumidores.

Clima perfeito

A área vitivinícola no Chile abrange 1.400 Km. Tanto o tamanho da região como sua localização geográfica propiciam uma ampla gama de condições climáticas e tipos de solo, assim como uma variedade de métodos de cultivo. O clima mediterrâneo, a concentração das chuvas nos meses de inverno, o longo período de seca que começa no fim da primavera e termina no fim do verão e a grande amplitude térmica diária (com temperaturas que excedem os 30ºC), são fatores ideais para uma constituição de cor e aroma na uva. Os vinhedos chilenos são constituídos por cepas francesas, plantadas em pé-franco, isto é, diretamente no solo. Uma maturação perfeita!

O Chile é o país da América Latina que possui os melhores vinhos tintos elaborados com a uva Cabernet Sauvignon. Ela representa 47% do total de hectares das variedades nobres plantadas. Os vinhedos destinados à produção de vinhos somam 121.000 hectares. Da produção total, quase 60% são de tintos.

Vinhos de qualidade

Segundo o sommelier do restaurante Gero (SP), Juscelino Pereira, o Chile é apontado como uma das melhores regiões vinícolas do mundo. "A filoxera não chegou no país, devido à sua excelente condição climática e geográfica. Assim sendo, as videiras não precisam ser enxertadas com plantas resistentes a este tipo de praga. As cepas são totalmente originais, desde a raiz até o cacho", avalia o respeitado sommelier. O Chile se destaca pela sua classe e qualidade, aliado ao investimento em tecnologia. "Os grandes vinhos chilenos são comparáveis aos melhores italianos e franceses", diz.

Os tintos são muito prazerosos, harmônicos e, em geral, de médio corpo a encorpado. Eles sempre deram fama ao país pela sua ótima relação: qualidade/preço. Os feitos com a uva Cabernet Sauvignon, no Vale do Maipo, são os mais robustos. Os do Vale de Colchagua, geralmente cortados com Merlot, são medianamente encorpados.

Os brancos evoluíram muito desde o final da década de 1980, devido ao desenvolvimento de novas áreas, sobretudo no Vale Casablanca. Os vales mais ao sul e a costa são mais frios e tendem a produzir os melhores vinhos brancos, ao passo que o interior e o norte, onde há mais calor, inclinam-se mais para os tintos. "Eles são bem equilibrados em sua acidez, apresentando riqueza nas frutas", ressalta.

O sommelier também acrescenta a presença de vinhos doces. "O Chile possui vinhos de sobremesa com uvas Sémillon e Sauvignon Blanc nos moldes do Sauternes - típico de Bordeaux, na França", completa.

Regiões Vitivinícolas

Existem cinco regiões vitivinícolas no Chile: Atacama, Coquimbo, Aconcágua, Região Central e Região Sul. Cada uma destas regiões se divide em sub-regiões e zonas. O Vale do Maule, localizada na região central, apresenta a maior quantidade de plantações com 27% do total. No Vale do Maipo e numa extensão de 450 Km em direção ao sul, as condições são ideais para o cultivo da parreira (todos os vinhedos são irrigados).

Região do Atacama - divide-se nos Vales: Copiacó e Vale de Huasco. Destaque para vinhos com uvas Chardonnay.

Região do Coquimbo - divide-se nos Vales: Choapa, Elqui e Limari. Destaque para as uvas Chardonnay e Sauvignon Blanc.

Região de Aconcágua - divide-se nos Vales: Aconcágua e Casablanca.

Vale do Aconcágua

Importante sub-região, localizada entre as cidades de Panquehue, na vizinhança da Cordilheira dos Andes, Valparaíso e Viña del Mar no litoral. Com uma superfície de 405 hectares destinados ao cultivo, o Vale do Aconcágua é um vale plano e transversal que ocorre desde a Cordilheira dos Andes ao Oceano Pacífico. As temperaturas máximas sobem a 30ºC no verão, com uma temperatura média anual de 14ºC. Esse conjunto favorece a acumulação de açúcar nas uvas. Destaque para as uvas Sauvignon Blanc, Chardonnay e Reserva.

Vale de Casablanca

Área total de 1.720 hectares plantados com vinhedos. O clima temperado está fortemente influenciado pelas brisas marinhas costeiras. Destaque para vinhos com uvas Chardonnay Reserva, Sauvignon Blanc e Gewürztraminer.

Região Central

Corresponde ao Vale Central, uma das mais importantes zonas vinícolas do país. Possui as seguintes quatro sub-regiões:
a-) Vale do Maipo: é a mais significativa região vinícola do Chile, próxima à capital, Santiago. Caracteriza-se por um clima mediterrâneo. A variação térmica na encosta da Cordilheira dos Andes pode alcançar os 20ºC durante o período de crescimento da videira. Destaque para a uva Sauvignon Blanc.

b-) Vale de Rapel: os vinhedos encontram-se em terrenos altos sobre as encostas da Cordilheira dos Andes. Fica entre Rancágua e San Fernando. Divide-se em Vale Cachapoal e Colchágua. Destaque para a uva Chardonnay.

c-) Vale do Curicó: situado próximo à cidade de Curicó. Os vinhedos estão localizados na planície central e nas encostas da Cordilheira da Costa. Dividido em Vale Teno e Lontué. Destaque para a uva Chardonnay Reserva.

d-) Vale do Maule: fica entre Molina e Linares. Divide-se nos Vales: Claro, Loncomilla e Tutuvén. Nesse Vale se cultiva um total de 16.996 hectares de vinhedos. Durante o inverno se observam fortes chuvas, com uma precipitação anual média de 730 mm. Destaque para vinhos com uvas Chardonnay, Sauvignon Blanc e Chardonnay Reserva.

Região Sul: é a menos conhecida das regiões chilenas. Fica próxima às cidades de Chillan ao norte e Concepción, ao sul. Divide-se em Vale do Itata e Vale do Bió-Bió. Destaque para a francesa Cabernet Sauvignon. De norte a sul do país, os vinhos chilenos proporcionam uma verdadeira riqueza de sabores. Saúde!

Como ler um rótulo chileno:

O Chile é membro da "Office International de la Vigne e du Vin (OIV)" por mais de 40 anos. Com o objeto de reconhecer legalmente as zonas vitivinícolas do Chile, em janeiro de 1996, uma nova lei de zonificação foi promulgada. A lei em questão especifica as distintas denominações de origem do vinho chileno, estabelecendo a zonificação vitivinícola e fixa as normas para sua utilização. Para apresentar sua origem no rótulo, a garrafa deve ter pelo menos 75% da cepa declarada. A proporção é a mesma para os vinhos que apontam a safra.

Classificação:

Vinos comunes - 1 ano de envelhecimento
Vinos especiales - 2 anos de envelhecimento
Vinos reservados - 4 anos de envelhecimento
Gran vinos - 6 anos de envelhecimento.

segunda-feira, maio 20, 2002

A ÁRVORE DA VIDA

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A videira é uma planta perene. No entanto, durante o inverno, ela "adormece", suas folhas caem, e a planta parece morta. Quando renasce, oferece aos homens os seus frutos, com os quais se faz uma bebida que os torna alegres, e que, durante o inverno, enquanto a videira dorme, irá aquecê-los.

Talvez por isso as mais antigas civilizações a tenham associado à vida eterna: a planta que "ressuscitava" também oferecia a "água da vida". Os sumérios, membros da mais antiga das grandes civilizações e ponto de partida de todas as civilizações do Oriente Clássico, usavam o desenho de uma folha de parreira para escrever "vida".

Gilgamesh, o lendário herói e primeiro rei desse povo, pediu a uma parreira (que simbolizava a deusa-mãe) a imortalidade. A vinha era, desde então, a expressão vegetal da imortalidade, e o vinho, seu "filho", ficou sendo símbolo da juventude e da vida eterna. O simbolismo atravessaria os tempos, e permaneceria mesmo na época cristã -- o vinho iria simbolizar o sangue de Cristo; e, no Antigo Testamento, no Cântico dos Cânticos, considerado um dos mais belos trechos da Bíblia, a personagem feminina é uma "pastora na vinha", e seu marido a compara, diversas vezes, a uma videira.

Em outras religiões o simbolismo que associa o vinho à vida eterna também seria mantido: no Budismo tibetano, um dos rituais sagrados incluía o ato de beber vinho em uma taça feita de um crânio humano (conforme a biografia de Milarepa, santo tibetano do século XI) mostrando que, transcendida a vida terrestre -- representada pelo crânio -- era possível encontrar a água da vida eterna -- simbolizada pelo vinho. Mesmo entre as crendices populares atuais, ainda se encontram traços dessa antiga associação.

Em um "dicionário de sonhos" acham-se as seguintes definições: "sonhar com vinho tinto - aumento na família"; "beber vinho - restabelecimento de pessoa enferma".
TEXTO : RS VIRTUAL


domingo, maio 19, 2002

A COLONIZAÇÃO ITALIANA DO BRASIL

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Com a suspensão do tráfico de escravos, em 1850, fez com que escasseasse a mão-de-obra no Brasil. Os escravos disponíveis foram progressivamente concentrados nas lavouras cafeeiras paulistas, agravando ainda mais o problema. Com isto, tornou-se necessário incentivar a imigração, substituindo a mão-de-obra servil pela livre, medida que foi incentivada pelo governo imperial, que montou toda uma estrutura, através de agentes de colonização, comissões para demarcações de terra etc., para atrair e assentar os imigrantes.

O Rio Grande do Sul, na segunda metade do século XIX, já havia recebido uma colonização bem sucedida, feita, a partir de 1824, pelos alemães que se situaram, preponderantemente, na região do Vale do Rio Caí. A colonização alemã, ao se expandir, seguira os vales dos rios da Depressão Central, interrompendo-se nas encostas inferiores da Serra Geral. Dali para a frente, estava uma região desabitada, coberta de florestas, que, atravessada a serra, iria se encontrar, ao norte, com os Campos de Cima da Serra. Essa região, de florestas sub-tropicais e muito acidentada, onde o governo contava com terras devolutas, seria destinada aos imigrantes italianos.

Mas por que italianos? Primeiramente, porque o governo brasileiro tinha interesse em imigrantes europeus, preocupadas que estavam as elites do país com o "branqueamento" da raça. Os europeus eram considerados mais trabalhadores, mais "civilizados" do que os nascidos no país. Em segundo lugar, havia a dificuldade em obter imigrantes em outros lugares, como a Prússia. A divulgação das condições adversas enfrentadas pelos primeiros colonos vindos para o Brasil e a preocupação com um possível despovoamento, fez com que aquele país chegasse a tomar medidas legais, em 1869, para restringir a imigração para o Brasil (rescrito de von Heydt).

Os italianos, por sua vez, atravessavam um período de crise econômica. As sucessivas guerras que tinham levado à unificação da Itália tinham também exaurido o país, a nascente indústria não absorvia a mão-de-obra existente, e a agricultura fazia-se de tal forma que, para o pequeno produtor, não restavam muitas opções além de manter-se em uma estreita faixa de mera sobrevivência: como não conhecia técnicas avançadas de produção, terminava por exeuri-la; se não era proprietário, plantava a meias, em terras arrendadas.

Foi, portanto, o medo da miséria, a necessidade de garantir a sua subsistência e a de seus filhos que levou o italiano a emigrar. O colono veio para ter sua terra, criar a família e alimentá-la. Seu objetivo era muito limitado, só o de sobrevivência digna, informam historiadores regionais. A noção de que o imigrante italiano "vegnuo in Mérica per catare la cucagna" (veio para a América para fazer fortuna) é, portanto, mais literária do que real. O que esses cerca de 70.000 homens (número aproximado dos que vieram entre 1875 e 1914, período de maior fluxo) buscavam era pão e paz.
Essa paz, entretanto, não foi encontrada com facilidade. Não obstante a estrutura montada pelo governo, o colono teve que derrubar a mata, construir sua casa (de início, muitos usavam lençóis ou outros panos de improviso para fazerem suas barracas) e depender do pinhão - abundante na mata - para se alimentar. Costumava, também, caçar pássaros para complementar suas refeições (que, na Itália, eram extremamente carentes de proteínas, baseando-se sobretudo em cereais). As passarinhadas, atualmente tão condenadas, eram uma fonte importante de alimentos, como o era a pesca.

As primeiras colônias criadas (ainda em 1870) foram as de Dona Izabel e Conde D'Eu (situadas nos atuais municípios de Bento Gonçalves e Garibaldi). Com uma ocupação de início muito lenta, a partir de 1875, com a chegada mais maciça de imigrantes, foram sendo progressivamente ocupadas. Nesse mesmo ano foi iniciado o povoamento de Colônia Caxias (no chamado Campo dos Bugres). Além das terras, que deveriam pagar em um tempo pré-fixado de cinco anos, os colonos recebiam alguns instrumentos de trabalho e uma ajuda de alimentação, para se manterem nos primeiros tempos.
Todas as colônias eram organizadas da mesma forma. Eram divididas em léguas (cada légua um quadrilátero de 5.500 metros de lado) que eram divididas no sentido longitudinal por estradas (denominadas travessões). A partir do travessão, eram demarcados os lotes, com uma média de 32 lotes por travessão, e cerca de 132 lotes por légua. As áreas recebidas por cada família variavam mas convencionou-se, na região, chamar de "uma colônia" a área de 24 hectares, e de "meia colônia" a de 12 hectares. O imigrante, uma vez de posse de sua colônia, deveria limpar o terreno, plantá-lo e começar sua "nova vida".
Extraído de : RS Virtual

A HISTÓRIA DO CAMPARI
Das cores nacionais da Itália, o vermelho simboliza duas das grandes paixões do país, a escuderia Ferrari e o Campari.Mais antigo e mais acessível que uma "Testarrossa", o Campari domina o mercado de bitters nos 175 países em que está presente. Só no Brasil, o terceiro mercado mundial, circulam 4 milhões de litros anuais, abaixo apenas da Itália, com 15 milhões e da Alemanha, com sete. Muitos pensam que o Campari é uma bebida contemporânea, possivelmente pelo fato de sua maior divulgação nos países anglo-saxões ter ocorrido nos anos 60 e 70. Na realidade o Campari tem mais de 130 anos. Tudo começou quando Gaspare Campari, um camponês de Novara, vai para Turim e abre um pequeno café, onde procura criar uma bebida original, Com a morte trágica da esposa e filhas, volta a Novara, compra o Caffé dell ´Amicizia e volta a se casar com Letízia Galli, que lhe dá sete filhos. A jovem, além de bonita, também era uma boa administradora. Em 1867, estão em Milão, onde abrem o Caffé Campari, no coração da cidade, na recém-inaugurada Galleria Vittorio Emanuelle, na esquina com a Piazza Del Duomo. Por essa época, nos porões do Caffé, Gaspare, após tentar nove misturas diferentes, chega à fórmula original do bitter que tinha em mente e que lhe daria renome. Antes dele apareceram nas prateleiras de seu negócio o Elixir da Longa Vida, o Óleo de Rum, O Licor de Rosas Extra Fino e o Fernet, amargo e indicado para "febres", como vermífugo e para aquecer no inverno. O caffé Campari, vizinho ao Scala, foi então, ponto de encontro de intelectuais milaneses, frequentado por artistas, cantores líricos a té por monarcas. Inicialmente, a bebida de Campari chamou-se Bitter d´Olanda, para associa-lo aos bitters holandeses, então em moda na Itália, mas também para dar um toque de exotismo ao gosto do cliente. Conhecido como o bitter do Campari, passou logo a Campari. Bem à entrada do café havia a estátua de um querubim, em que a cabeça era uma cesta, na qual os fregueses deixavam recados para os amigos e mesmo bilhetes amorosos dos pretendentes à corte das jovens frequentadoras. Afinal o local era "chic" e Milão tinha apenas 300.000 habitantes. Com a morte de Gaspare, em 1882, seu filho Dávide não deixou o movimento cair, pelo contrário, animou-o. Em 1902, com o irmão Guido, lança o Cordial Campari, em que acrecenta cognac e destilado de framboesa, e o Campari Soda, em garrafas individuais, já misturado com soda. Fechado o Caffé Campari, em 1920, iniciou-se a campanha que tornaria a bebida internacional. Seus primeiros mercados foram a Argentina e a Suíça, seguindo-se a França e o resto da Europa.Ao Brasil, o Campari chegou antes da Segunda Guerra Munidal, importado.Dos prováveis 65 componentes, alguns reconhecíveis, pelo menos para os que estão familiarizados com os vermutes, certamente estão o quinino, o ruibarbo, boldo,aquilea,camomila,cálamo,sálvia,angélica,rosmaninho,quássia,casca de limão, de laranja doce e de laranja amarga, além de absinto. A bela coloração vermelha deve-se à cochonilha, e o teor alcólico é de 28,5 graus.Salute Campari!!!!!
Texto : Sérgio de Paula Santos

sexta-feira, maio 17, 2002

APRENDA A CONHECER UM BOM VINHO

Branco para peixe e tinto para carne? Se isto é tudo o que sabe sobre vinhos, está na hora de ter alguma formação. É que o vinho, tal como tudo na vida, também tem as sua modas. E a nova imagem do vinho é a de uma bebida saudável, jovem e que vai bem. Só é preciso ter em atenção as características de cada um, ou seja, se deve ser consumido logo ou se deve amadurecer; se tem aroma madeira, evoluído ou vegetal; se é de paladar encorpado, frutado ou acídulo; e – muito importante – a que temperaturas deve ser conservado. Só conhecendo as características de cada vinho é possível fazer a escolha apropriada para acompanhar um prato. “Um vinho branco com uma complexidade grande, que tem um toque de madeira e que fez uma maceração adequada durante a maturação, será quase como um vinho tinto. Poderá acompanhar alguns pedaços de carne no forno. E o inverso também é verdade”, explica Mário Louro, enólogo de profissão e com uma vasta experiência de formação nesta área. O grande conselho que Mário Louro dá, em termos de restaurante, é a elaboração de uma ementa completa. Isto é, não separar a lista dos pratos da lista dos vinhos, dando sugestões de acompanhamento para cada um. Além disso, a ementa deve ser descritiva. Em vez de constar “peixe fumado”, o prato deve ser apresentado como “fatias finas de peixe fumado em camada de alface e molho vinagrete e vinho do porto” e o vinho como “branco jovem e acídulo”. Porque, explica o énologo, “as iguarias só se provam com todos os elementos que lá estão, tudo aquilo deve ser juntado no garfo para depois encontrar o vinho mais adequado”. Afinal, “o nariz e a língua são os órgãos que vão detectar a riqueza dos aromas, quer das iguarias, quer dos vinhos”. Outro pormenor a ter em atenção é a forma de conservar e servir os vinhos. Geralmente, os brancos estão gelados, sem sabor nem aroma, e os tintos estão demasiado quentes. “Isso é completamente errado”, comenta o especialista, que recomenda ao responsável por servir o vinho que tenha sempre um termômetro no bolso.

VARIEDADE DE UVAS



Uvas Comuns - Vinho de Mesa

Uvas comuns são americanas ou seus híbridos, reprodutores diretos. Mundialmente não são apreciadas para vinho. Na Argentina é proibido seu cultivo já que as parreiras são sujeitas ao ataque Filoxera (plantadas pé-franco). No Brasil sua produção permitida produz o vinho comum para ser comercializado em garrafão ou virar suco de uva. Principais uvas comuns: Isabel, Concord, Seibel, Herbemont, Seyve Willard.

Uvas Viníferas Especiais


Não resultam em vinhos varietais e sua produção caiu muito nos últimos anos. Introduzidas no Brasil no século XX pelos imigrantes italianos, elas foram difundidas entre os próprios agricultores e suas cooperativas. Principais viníferas especiais:
Barbera: produz vinhos italianos leves com aroma frutado. Foi base dos vinhos tintos finos brasileiros.
Colombard: produz vinho branco novo e adstringente (França, Califórnia e Austrália).
Trebbiano: uva branca muito cultivada pela sua resistência e sua produtividade. Resulta em um vinho agradável de aroma frutado algo herbáceo.
Nebbiolo: produz vinhos tintos sendo usada no Barolo Italiano
Sangiovese: produz vinhos tintos sendo principalmente usado no Chianti
Viognier: faz o Condrieu, vinho branco seco encorpado e de excelente qualidade. Cultivada no Vale do Ródano.
Muller-Thurgau: é usada em vinhos brancos alemães considerados de baixa qualidade.
Moscatel: abrange vários tipos de uva branca (moscato/malvásia) relacionadas entre si, com aroma almiscarado próprio, doce, sabor de uva. É cultivado em toda Europa Meridional.


Uvas Viníferas Nobres


Cabernet Sauvignon: este é o tipo de uva preta mais conhecido no mundo, originária da região de Médoc em Bordeaux, na França. Suas uvas possuem taninos fortes que ajudam a envelhecer. Adaptou-se muito bem ao Brasil, produzindo vinhos de maior longevidade. Seus vinhos são robustos em cor e aroma e com o tempo desenvolvem gosto prolongado de cassis.
Chardonnay: Uva branca base dos famosos vinhos da região de Chablis, na Borgonha, e dos vinhos-base da região de Champagne, na França. Sua nova geração é responsável pelo melhor vinho branco produzido no Brasil. Os vinhos feitos à partir desta uva são secos, frutados, lembrando maça verde, de corpo médio, ou mesmo encorpados (amanteigados), dependendo de como são feitos.
Sauvignon Blanc: variedades de uva branca de origem francesa, são em sua maior parte, vinhos brancos de uvas novas extremamente seco, aroma sugerindo capim e groselha, com fundo algo amargo, para serem bebidos logo. O Sancerre e o Povilly Fume, originados do Loire, são os Sauvignon Blanc mais conhecidos. No entanto, a Nova Zelândia também produz excelentes vinhos desse tipo.
Semillion: esta uva bem versátil, originária da região de Bordeaux, na França, é utilizada na produção de uma série de vinhos brancos, de secos a bem doces, particularmente notáveis na Austrália e em Bordéus. Nervoso pela sua acentuada acidez, aroma intenso, secos e mistos são melhores quando jovens. O melhor dos vinhos Semillon é provavelmente aquele exposto à podridão nobre, que produz famosos vinhos de sobremesa como o Santernes e o Barsac.
Riesling: tradicional variedade alemã faz excelentes vinhos brancos no mundo inteiro, de bem secos a bem doces. Seus vinhos são frescos jovens e de baixo teor alcoólico. Sabor pronunciado de longa duração e intenso aroma floral. Extraordinários vinhos doces são feitos da uva Riesling exposta à podridão nobre. De uma variedade branca, originária do Norte da Itália, Reisling Itálico, foi elaborado o primeiro vinho varietal no Brasil. Cabernet Franc: foi o primeiro varietal conhecido pelo consumidor (assim com Reisling) no Brasil. É um dos poucos países no mundo que cultiva e comercializa de forma expressiva esta variedade, que até na França é pouco valorizada. Produz em condições normais um vinho refinado, relativamente ligeiro e elegante.
Merlot: esta variedade tinta é mais cultivada em Bordéus, onde é geralmente misturada com o Cabernet Sauvignon. A Merlot completa muito bem a Cabernet Sauvignon por ser menos tânica e ácida, trazendo assim suavidade para vinhos que puros seriam muito rascantes. Na América do Sul, o Brasil é o país que melhor tem desenvolvimento e trabalhado o Merlot, ganhando clientela inclusive no exterior. Esta variedade é a base do maravilhoso vinho Chateau-Pérrus do Pomerol, na França, um dos mais valorizados vinhos tintos do mundo.
Gewürztraminer: os vinhos feitos deste tipo de uva picante são bem encorpados e podem ser secos e doces. São de baixa acidez e de alto teor alcoólico; a maior parte acima de 13%. Tem como origem à região da Alsácia, no Norte da França, onde se produzem os melhores vinhos. Com seu bouquet perfumado e exótico, e o seu sabor de lechia, o Gewürztraminer é um dos poucos vinhos que combina com pratos condimentados.
O prefixo Gewürz significa especiaria e é atribuído ao Meio Evo, porque o aroma deste vinho lembrava algumas bebidas feitas com drogas aromáticas. Este vinho tem tido êxito comercial no Brasil pelo seu “Apelo Germânico”.
Chenin Blanc: Principais regiões são o vale do Loire, a Nova Zelândia e a África do Sul. Esta uva precisa de muito sol para amadurecer completamente; do contrário os vinhos saem ácidos demais. São produzidos vinhos brancos, de secos a doces, assim como os espumantes. Os melhores secos são de safras recentes e com sabor frutado, os doces são bem equilibrados e mélicos.
Gamay: A região de Borgonha é responsável por mais da metade de todo vinho novo para ser bebido poucas semanas após a colheita. A maioria é tinto, simples e frutado. Tem um aroma leve porém distinto de pêra (resultado dos métodos de produção) e de framboesa. Um beaujolais mais sofisticado pode até ser envelhecido.
Grenache: O sul da França, a Austrália, a Califórnia e a Espanha possuem as principais regiões vinículas desta uva negra que faz um delicioso vinho frutado de alto teor alcoólico e com aroma de pimenta do reino. Como elas têm pouco tanino são misturadas com a Cabernet Sauvignon ou a Syrah.
Pinot Noir: Uva extremamente sensível à condições climáticas, tornando portanto a produção difícil e cara. Sendo raramente misturada a outro vinho, as Pinot Noir fazem um vinho tinto de cor claro e de corpo leve a médio, com um aroma de morango ou framboesa. Os melhores Pinot Noir são os da Borgonha; são conhecidos como os vinhos mais suntuosos do mundo, mas as regiões da Nova Zelândia e do Oregon nos EUA estão tendo sucesso com suas produções.
Syrah: conhecido como Shiraz na Austrália e na África do Sul, a uva Syrah faz um vinho tinto escuro, encorpado, forte e de longa vida, principalmente se for envelhecido no carvalho. Repletos de tanino quando jovens, estes vinhos devem ficar guardados no mínimo por três anos, e também serem desfrutados durante as refeições.
Zinfandel: Variedade de uma da Califórnia, essa uva faz vinhos e leves e elegantes (brancos e rosados a tintos fortes com taninos), mas o sabor característico de fretinais sempre se revela. Os melhores são ricos em sabor, cor e preferivelmente envelhecidos em carvalho por um curto período. Estes estarão no ponto depois de cinco anos.

SOMMELIERS E ESCANÇÕES

Dos vários grupos e sociedades de apreciadores de vinhos, constam algumas associações de sommeliers. O termo, inexistente em português por se tratar de um galicismo, tem entretanto uma origem curiosa e merecedora de algumas considerações. Para o Dictionnaire et Hostorique de Dauzat, DFubois e Mitterand, Larousse, 1971, Paris, a palavra é de origem provençal e data do século XIII, sendo uma corruptela de sommerier, significando inicialmente conducter des bêtes de somme, "condutor de animais de carga". Posteriormente, em 1932, o significado passou a officier chargé du service de vivres, "oficial encarregado do serviço de víveres", e no século seguinte a domestique chargé de la table ou "empregado doméstico encarregado da mesa". Apenas em 1812, segundo Nozin [Dictionnaire des Langues françoise et Allemande, 3* edição, Stuttgardt, 1812], toma seu sentido atual de domestique au specialísé au service du vin ou "empregado encarregado ou especialista no serviço de vinho". Já sommelerie, a função desse empregado, aparece citada apenas no início do século XVI. Vemos assim que histórica e etimologicamente o sommelier é um empregado encarregado de uma função, literalmente um funcionário. Não cabe, portanto a distinção pretendida de sommelier profissional e amador, como também não cabe para outras atividades como advogados, engenheiros ou médicos separá-los em amadores e profissionais.Com relação à propriedade do uso do termo sommelier a discussão é acadêmica, pois existe em língua portuguesa a palavra correspondente, escanção, o que torna o galicismo dispensável e desnecessário. Para José Pedro machado, o grande romancista da língua no "Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa ", escanção provém do gótico skankja, genitivo de skanjans, que gerou também o franco skankjo e o francês échanson, pelo latino scantio, scantione. Concluindo, sommelier não aparece ao idioma enquanto o vernáculo dispõe do termo correspondente, apropriado e até mais antigo, escanção. Sejam esses pequenos detalhes nossa contribuição aos companheiros de copo, apreciadores e conhecedores... de vinhos.
Autor: Sérgio de Paula Santos

O IRRESTÍVEL SABOR DA CARMENÉRE

Aos olhos, o vinho Carmenére é de um vermelho violáceo intenso; na boca é de uma suavidade extrema, quase entorpecida e pelo nariz, tem frutas vermelhas como cerejas e um leve toque vegetal como o pimiento. Que esse toque vegetal faz a diferença entre um grande Carmenére e outro entre tantos.
Por suas características, a Carmenére terminou por convencer os produtores e conseguiu fazer escutar quando estava confundida entre as plantações de Merlot. Estamos falando de que em fins de 1994, não se conhecia nem a palavra e hoje existem mais de 50 rótulos dessa variedade no Chile.
A tarde de 6 de novembro de 1994 seria testemunho de um feito fortuito que, com os anos, mudaria a paisagem vitivinícola chilena. Esse dia, o empelógrafo francês J.M. Boursiquot, acompanhado do enólogo chileno Philippo Pszczolkowski, recorria a Vinícola Carmem. Bourisiquot, expert em descrições de diversas variedades de uva, queria comprovar in loco o erro de identificação que um conterrâneo o havia mencionado que os chilenos chamam Merlot uma uva Cabernet Franc. Meticuloso, Bourisquot pegou com suas mãos um cacho de uvas e colocou nas lentes de um focalizador. "Esta não é Merlot e nem Cabernet Franc. Esta é uma uva Carmenére", disse em tom categórico. Philippo voltou ao seu escritório na Universidade Católica. Revisou sua bibliografia e não encontrou nada sobre essa cepa. Procurou, por último, na Ampelografia de P. Viala y V. Vermnorel, do ano de 1.901. Seus olhos foram se abrindo a medida que lia. "Carmenére : Cepa com extensão do Médoc francês que resulta num vinho estraordinariamente potente e de grande cor. Leituras posteriores informaram a ele que a variedade, juntamente com o Cabernet Suvignon, o Merlot, e o Petit Verdot, tinham sido os responsáveis pelo prestígio do Medóc francês, precursor dos grandes vinhos tintos do mundo. Com a aparição da Filoxera, um inseto que assolou todos vinhedos europeus do século XIX, somado ao seu complexo cultivo, a fizeram desaparecer.
Ao saber da novidade e da escassez, recordou da velha crítica que os estrangeiros diziam sobre os vinhos chilenos: "Excelentes, mas com pouca novidade". Se a Argentina era famosa por seu Malbec e a Austrália por seu Syrah, o Chile poderia ser famoso por seu Carmenére, pensou. O professor tinha uma bomba nas mãos. Que todos hectares do Chile de uva Merlot, de um dia para o outro se transformariam numa cepa desconhecida e que poderia trazer graves conseqüências para as exportações. O telefone de Philippo não parou de soar esses dias. Alguns produtores, preocupados, o aconselharam a dar um basta no tema. Em 1.995, a Viña Carmem acabou finalista no Canadá com um Carmenére engarrafado como Grand Vidure. O professor da Universidade Católica, diante da curiosidade da imprensa estrangeira por este "novo vinho", não pensou duas vezes: "Nós, no Chile, estamos trabalhando para recuperar a variedade Carmenére e devolvê-la ao mundo". Um ano depois, a Viña Santa Inês engarrafa como tal e no final do ano seguinte, num congresso, um importante personagem da indústria admite a confusão Merlot/Carmenére e na necessidade de resgatar esta última. E o resto da história, bem, ainda não terminou mas o resultado já se sabe.......!
Do site: Vinoschilenos.cl
Tradução: Flávio Noer

quinta-feira, maio 16, 2002

A ROLHA DE CORTIÇA


A rolha de cortiça é uma das mais importantes companheiras do vinho, desempenhando um papel decisivo na evolução e no envelhecimento do mesmo. Deve-se também à rolha de cortiça boa parte do "bouquet" e do aroma complexo dos vinhos de qualidade superior. A cortiça é um tecido de origem vegetal, a casca ou córtex do sobreiro [Quercus suber], uma árvore fagácea originária do Mediterrâneo ocidental. Conhecida desde a Antiguidade, a cortiça foi utilizada no Egito e na Grécia com várias finalidades, entre as quais a de vedante.
O maior produtor mundial de cortiça é Portugal, produtor também da melhor cortiça disponível. O país possui 660 mil hectares cobertos por sobreiros, que correspondem a 30% da área total mundial de subericultura.Seguem-se a Argélia, com 21 %, a Espanha com 20%, Marrocos, com 16%, França com 5% e Tunísia e Itália com 4%. A produção chega a 170 mil toneladas anuais.
Embora conhecida como vedante, seu aproveitamento como vedante em garrafas só se difundiu ao redor de 1680, quando o monge beneditino Dom Pierre Perignon [1639-1715] a utilizou em seus experimentos de champanhazição, na abadia de Hautvilliers, em Epernay, na Champagne. O monge, encarregado da adega da abadia, verificou que os tampões de madeira envoltos en cânhamo embebido em azeite saltavam dos espumantes com o aumento da pressão nas garrafas, o que não ocorria com a cortiça. Posteriormente a rolha de cortiça foi adotada pela Ruinard, de Reims, em 1729, e pela Möet-Chandon em 1743. Já o uso de fios de metal para fixar as rolhas de champagne, como as conhecemos hoje, data de 1910.
O uso da rolha de cortiça chegou a Champagne trazido pelos monges e peregrinos oriundos da Catalunha. Em Portugal o uso da cortiça como vedante de garrafas difundiu-se ao redor de 1700., mas só em 1770 passou a ser usado regularmente nas garrafas cilíndricas, possibilitando os primeiros fabricantes de rolhas em Portugal, conhecedores das técnicas mais avançadas.
A cortiça não cheiro ou sabor, não tendo portanto sentido a expressão tão usada pelos "entendidos" de que este vinho tem "gosto de rolha" ou está "bouchoné". O que ocorre na realidade é que a cortiça e consequentemente a rolha podem ser atacados por um fungo, a Armilaria medea, adquirindo um odor e sabor desagradável, a fungo, que passaria ao vinho.Com uma estrutura esponjosa e canalicular, permite ao vinho "respirar", mas que o impede de sair da garrafa e ter contato direto com o oxigênio. Daí a necessidade de se manter as garrafas em posição horizontal e as rolhas úmidas. Se guardadas verticalmente, o ressecamento da rolha ampliará sua porosidade natural, permitindo a entrada de ar, que deteriora o vinho.
Autor: Sérgio de Paula Santos

terça-feira, maio 14, 2002

Sabores do Vinho

Muitas descrições aparentemente improváveis do aroma ou do sabor do vinho tem base cientifica: compostos químicos encontrados em certos vinhos são idênticos aos encontrados nos itens que são comparados. Não se preocupe caso não consiga identificá-los. Tire proveito dessas experiências.
Algumas dicas:
Riesling maduro - petróleo
Cabernet Sauvignon - Frutas vermelhas
Tintos Antigos - Especiarias
Aromas de banana e pêra - Mostram que o vinho foi fermentado a uma temperatura baixa, o que é comum nos Beaujolais e em vinhos brancos mais baratos .
Torrada - pode ser um sinal de barril de carvalho novo, ou Chardonnay ou Semillon envelhecido na garrafa.
Pimenta do Reino - é um aromo geralmente sugerido nos tintos com pique da uva Syrah.
Pêssego e Damasco - sugerem Chardonnay do novo mundo (assim como o abacaxi), Riesling maduro ou Moscatel.
Sabores mélicos - emergem de vinhos de sobremesa maduros, ou onde a uva foi exposta à podridão nobre .
Amêndoa - avelã, nozes significam que o vinho é um borgogne branco.
Pimentão verde - Normalmente aparece nos Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot mais simples.
Limão - em geral aparece nos Sémilion e Riesling australianos.
Baunilha - facilmente encontrado em vinhos envelhecidos em carvalho.
Sabores de Framboesa - Facilmente encontrado nos vinhos tintos colhidos muito maduro.
Menta e Eucalipto - São ambos encontrados nos Cabernet Sauvignon do novo mundo.

segunda-feira, maio 13, 2002

VINHOS E SUAS HISTÓRIAS

Na verdade, a história do vinho é recheada de várias histórias, sendo, portanto, difícil a afirmação precisa do seu surgimento. Vamos falar um pouco sobre essas histórias, dando ênfase aos pontos mais importantes, interessantes e curiosos. A nossa primeira parada é há 2 milhões de anos. Na França, em cavernas de Lascaux, foram encontradas pinturas de povos primitivos, local onde, até hoje, crescem vinhedos selvagens. Não seria nenhum absurdo supor que a convivência dos primitivos com as uvas não tenha resultado em algum tipo de vinho.
Bem, voltaremos a falar da França mais à frente. Na Turquia, Jordânia, Líbano e Síria foram encontrados por arqueólogos, sementes de uvas da Idade da Pedra, datando cerca de 8000 a.C. Esse acúmulo de sementes é considerado, por arqueólogos, como evidência da probabilidade de elaboração de vinhos. Essas sementes são do tipo de planta hermafrodita, essencial para o cultivo de vinho. A videira selvagem possui flores macho e flores fêmea em plantas separadas, e raramente a videira gera plantas hermafroditas. Esses primeiros primitivos teriam selecionado as plantas hermafroditas e as cultivado possibilitando a elaboração do vinho. Essa data coincide com a mudança sofrida pelos nômades de estabelecer-se em um lugar e cultivar a terra, além de caçar.No Irã, encontraram uma ânfora, de 3.500 anos, contendo no seu interior uma mancha residual de vinho. Assim como a Pérsia (Irã) e o Caucásos (Geórgia), a Mesopotânia e outros países da região cultivavam as videiras e as comercializavam. Foram os Fenícios, que depois de se apoderarem do comércio da Península Ibérica, levaram videiras para toda a Europa. Na região de Cáucasos, conforme relatado no Velho Testamento, Noé, durante o dilúvio, ancorou sua arca no topo de um monte, esperando a catástrofe passar. Após desembarcar os animais, Noé plantou um vinhedo e com os frutos fez um vinho. Se em sua arca, Noé tinha videiras, além dos animais, e ainda sabia a arte de fazer vinho, de onde elas vieram? Onde Noé morou antes do dilúvio? Existem especulações de que ele foi um dos sobreviventes de Atlântica. Na Babilônia, a mais antiga obra literária conhecida, datada de 1800 a.C. conta sobre a lenda de Upnapishtim, um herói Gilgamesh, parecida com a lenda de Noé, porém sem as videiras. O vinho só vem aparecer mais adiante nas escrituras, onde o herói entra no reino do Sol e lá encontra um vinhedo encantado. Caso lhe fosse permitido beber, ele obteria a imortalidade. Das histórias sobre a descoberta do vinho, a versão de um rei persa é a mais interessante. Este mandou construir um grande muro para salvar os animais do dilúvio, mostrando com isso sua relação com Noé. Na corte de Jamshid, as uvas eram mantidas em jarros para serem comidas fora da estação. Certa vez, uma das jarras estava cheia de suco e as uvas espumavam exalando um cheiro estranho. Acreditando estar impróprias para o consumo, as uvas foram deixadas de lado. Uma cortesã do harém tentando se matar, ingeriu tal possível veneno. Porém, o que ela conseguiu foi muita alegria e um repousante sono. Mais tarde, ela contou o acontecido ao Rei que logo ordenou a elaboração de grande quantidade dessa nova bebida, o vinho. O comércio de vinhos entre os países estava fortemente estabelecido. Por volta de 2000 a.C., na região da Anatolia (Turquia) os hititas criaram cálices e frascos, em forma de cabeça de animal, em ouro, para servir e tomar vinho. Os primeiros livros de leis que se tem conhecimento foram criados pelos hititas e neles existiam referência às "Casas de Vinho". "A vendedora de vinho que errar a conta será atirada à água." "Se uma sacerdotisa abrir ou freqüentar uma "Casa de Vinho" para tomar um drink, será queimada viva." No Egito, pinturas que datam 1000 a.C. a 3000 a.C., mostram que, apesar de não inventarem o vinho, os egípcios foram os primeiros a saber registrar os detalhes da vinificação. Pinturas retratavam, com detalhes a colheita da uva, a prensagem e a fermentação. Era um produto restritos aos nobres, ricos e sacerdotes que o bebiam em taças ou jarras, em ambiente festivo e luxuoso. O vinho, dentre outras coisas, eram também oferecido aos Deuses. A dedicação dos egípcios aos vinhos era tanta, que na tumba de Tutankamom (1371 - 1352 a.C.), foram encontradas 36 ânforas de vinho onde algumas continham inscrições da região, safra, nome do comerciante e controle de qualidade sob a inscrição "muito boa qualidade". Por volta de 1500 a.C., no sul da Grécia, existiam fortes comerciantes e colonizadores. Recentemente, se descobriu uma adega de vinho, estimada em 6.000 litros, armazenados em grandes jarros, do rei Nestor, na cidade de Peloponésia (sul da Grécia). Levado para a adega em bolsas de pele animal, o vinho deveria possuir um buquê particularmente forte. Das ilhas gregas, e principalmente na ilha de Chios, era de onde partiam as principais exportações do melhor vinho. Ânforas, com suas características, foram encontradas em quase todas as regiões que os gregos praticavam o comércio, destacando Egito, Itália, França e Rússia.
Por volta de 800 a.C., o vinho chega ao sul da Itália, através dos Gregos. Porém, no norte da Itália, já se elaborava e comercializava o vinho. Não se sabe ao certo se os etruscos trouxeram as videiras da Fenícia ou de uma outra região da Ásia Menor, ou mesmo, se cultivaram uvas nativas da Itália, onde já havia videiras desde a pré-história. A mais antiga ânfora de vinho encontrada na Itália data de 600 a.C. e era etrusca.Quem usou as uvas primeiro para a elaboração do vinho? Entre 264 e 146 a.C., os romanos, investindo na agricultura, fazem a vitivinicultura atingir o ponto máximo. Surgiu um manual, traduzidos para o latim e o grego, estimulando a plantação comercial de vinhedos. Em 171 a.C., é aberta a primeira padaria em Roma. Além de mingau de cereais, os romanos passaram a comer pão e beber cada vez mais vinho. Apareceram vinhos de qualidade de vinhedos específicos. O mais famoso foi o "Opimiano", do vinhedo Falernum safra 121 a.C., que foi consumido durante 125 anos, conforme registros históricos. Porém, dos gregos, ainda eram considerados pelos romanos, os melhores vinhos. Com a indústria do vinho já estabelecida em toda a Itália, passaram a surgir exportações para a Grécia e Macedônia. Os melhores vinhos eram de Roma e Pompéia. Após a destruição de Pompéia pela erupção do Vesúvio, no ano 79 d.C., iniciou-se uma louca corrida pela plantação de vinhedos, provocando desequilíbrio no fornecimento a Roma, provocando desvalorização das terras do vinho. Os hospitais, além de tratar dos doentes, eram centros de produção e distribuição de vinhos, assim como "albergues" para pobres, viajantes, estudantes e peregrinos. As universidades através dos intercâmbios de seus estudantes, também tiveram importância na divulgação e consumo do vinho. É do ano de 1300 o primeiro livro impresso sobre o vinho, chamado "Liber De Vinis". O livro possui propriedades medicinais de vinhos aromatizados com ervas, para cura de várias doenças. O autor do livro foi Amaldus de Villanova, catalão, médico e professor da Universidade de Monpellier. Também encontra-se no livro métodos de comercialização de vinhos, como o costume fraudulento de oferecer aos fregueses alcaçuz, queijos salgados e nozes afim de não perceberem o sabor amargo e ácido do vinho. Daí por diante, com os descobrimentos e expedições colonizadoras, o vinho chegou às Américas e à África. Com Cristóvão Colombo, em 1493, a uva foi espalhada para o México, Sul dos Estados Unidos e colônias espanholas da América do Sul, com Martim Afonso de Souza e Brás Cubas, pelo litoral Paulista em 1532 .
Reportagem : batuquenacozinha.

domingo, maio 12, 2002

A HISTÓRIA DA VODKA

"A vodka é uma bebida branca, que deixa o nariz vermelho e a reputação negra." [Provérbio russo]
A vodka é a bebida nacional russa, mas sua origem, ainda que incerta, possivelmente é polonesa. Os russos a produzem desde o século XII, mas a destilação é conhecida na Polônia desde o século VII. Tendo a destilação se iniciado na península arábica também neste século, é lícito supor-se que tenha chegado ao leste europeu pelas grandes caravanas que do Oriente demandavam o centro e o norte da Europa, trazendo consigo não apenas os primeiros destilados mas também seus métodos de obtenção. Os primitivos destilados poloneses teriam sido de vinhos, aproximado-se assim mais dos brandies que das atuais vodkas. Nos séculos XII e XIII o destilado foi conhecido como "gorzaika" ou "okowita" [designação polonesa para "acqua vita". Produzido por monges, nobres e boticários, teve inicialmente apenas usos medicinais e religiosos.
Criada pela primeira vez num herbário polones de 1554, a vodka tornou-se a bebida nacional polonesa quando o rei Jan Olbracht, em 1546, passou a produzir e vendê-la. As famílias nobres tinham suas próprias receitas, em que variavam os aromatizantes acrescentados. Por essa época a bebida constava igualmente de documentos russos, com a denominação de "zhiznennia voda", também com o significado de "água da vida", nome do qual, para alguns proviriam os termos "vodka" ou "wodka", já com o significado atual de "pequena água". Para outros, a denominação proviria do nome do porto russo de Viatka.
Por volta de 1530, uma espécie de "espírito de vinho aquoso", conhecido como "vodnyi", era produzida na Polônia, em Poznam, Cracóvia e Gdansk, tornou-se a maior fonte de renda da coroa. O parlamento nacional impôs então um pesado imposto sobre a vodka, bem como sobre a cerveja e o hidromel, o que não impediu o grande aumento de consumo, a ponto de um autor contemporâneo escrever que "as destilarias apareceram por toda parte, queimando não apenas os grãos mas também as aldeias e as cidades". Com o aperfeiçoamento das técnicas de destilação no século XVII, o país passou a exportar vodka para seus vizinhos, principalmente do leste. No século seguinte, popularizou-se em todo leste a denominação "wodka", diminuitivo de "woda", com o significado como vimos, de "pequena água". Em princípio, a vodka é produzida a partir de qualquer cereal, mas não só de cereais, podendo ser de batata, como na Bielo-Rússia, ou na Rússia, de beterraba, como na Ucrânia, como em qualquer outro excedente da colheita. Afinal, a vodka é apenas álcool etílico, etanol, hidratado e retificado. Devendo ser incolor, inodora e sem sabor, basta tecnologia apropriada para obtê-la, independentemente da fonte, podendo ser derivada do petróleo. Romantismo à parte, será uma vodka puríssima. As vodkas russas mais conhecidas no mundo são Smirnoff, Stolichnaya, a Maskovskaya e a Krepkaya. Das polonesas, destacam-se a Wyborowa, a Luksusowa e a Zubrowska, aromatizada com uma erva, a "hierocloe adorata".
Autor: Sérgio de Paula Santos.

NORIEGA, CUBA E O CHAMPAGNE



Manuel Antonio Noriega, ex-ditador do Panamá, 63 anos, foi condenado a quarenta anos de prisão, em julho de 1992, por tráfico de drogas. Preso em 1989, durante a invasão americana de seu país, respondeu a um processo que durou 7 meses, onde se comprovou que, entre outras atividades, vendia informações sobre a guerrilha sandinista aos Estados Unidos, supria Fidel Castro de informações sobre a CIA, informava o Departamento de Estado Americano sobre Cuba e o cartel colombiano de cocaína sobre o Departamento Anti-Droga americano.
Quase nada, entretanto, se noticiou sobre o envolvimento do ditador com a prostituição, com o jogo e com a falsificação do Champagne Brut Imperial casa Möet-Chandon.
Numa operação curiosa triangular, a bebida era fabricada em Cuba e levado ao Panamá, de onde era exportada para a Europa. A prisão pelas autoridades francesas de Jean-Claude Remaury, falsário ligado a Noriega, esclareceu que inicialmente a intenção era produzir apenas "cooler", bebida espumante à base de vinho branco e suco de frutas. Remaury e seu sócio Charley Delamaure confirmaram ao promotor parisiense Alain Blanchet a participação de Noriega na operação desde o início, sem o qual não poderiam ter-se instalado em Cuba, nem centralizado as exportações no Panamá.
A produção de "coolers" iniciou-se em 1987 e a falsificação do champagne no ano seguinte. Dispondo de equipamento especializado e de capital, nada impedia que o negócio prosperasse. O equipamento foi adquirido na França, com empréstimo de dois milhões de dólares de um banco francês. Delamaure, o enólogo do grupo, era ligado à sofisticada loja "La Maison du Champagne", uma das mais conhecidas do ramo em Paris.
O "champagne" era elaborado na Destilaria Nacional Cubana do Rum, nos arredores de Havana, e colocado em garrafas rigorosamente iguais às originais, bem como os rótulos, cápsulas e rolhas. O espumante era obtido a partir de "vinhos brancos do Vale do Loire, da Argentina e de outros países da América do Sul" [The Wine Spector, maio 31, 1992]. Com a prisão, os falsários foram condenados em janeiro de 1992 a 18 meses de prisão e pagamento de uma multa de 18 mil dólares, além da indenização à Möet-Chandon de 1 milhão de dólares.
Engarrafado e embalado em Cuba, o "champagne" era enviado ao Panamá, de onde era exportado para a Europa, como informou Yves Damut, chefe de polícia francês. Os vinhos chegariam principalmente à Holanda e à Alemanha e possivelmente também aos Estados Unidos. Calcula-se que saíram de Santa Cruz mais de 100 mil caixas de champagne falsificado. Diga-se também que antes de serem embarcados em Havana, os containers ficavam ao sol no cais do porto, o que evidentemente não favorecia a qualidade.
Em 1990, Stan Friedman, presidente da "Weine Services Internacional Ltd", de São Francisco, viajando pela Holanda, provou do champagne da Möet-Chandon e achou-o suspeito- pareceu-lhe mais velho e menos efervecente, embora as garrafas parecessem genuínas e a documentação de origem estivesse em ordem, as caixas eram de um papelão mais frágil. Levantada a dúvida com relação à autenticidade e procedência, foi encaminhada à Möet-Chandon em setembro de 1990, e comprovada a fraude.
O caso Noriega, Cuba e o Champagne foi mais um episódio de falsificação de vinhos, não foi o primeiro nem será o último. Sendo o vinho um bem material valorizado e prezado, sempre será um dos alvos favoritos para fraudes e contravenções. É preciso ter em conta que no universo do crime não existe especialização. Os mesmos grupos que adulteram bebidas controlam o narcotráfico, o contrabando de armas, o jogo, a prostituição, etc, etc., atividades que se inter-relacionam e se completam.
Autor: Sérgio de Paula Ramos

terça-feira, maio 07, 2002

FERNANDO PESSOA E A COCA - COLA
[Parte 1]

Fernando Pessoa [1888-1935], possivelmente o maior poeta português depois de Camões, foi protagonista de um episódio que retardou a entrada da Coca-Cola em Portugal por quase meio século. Educado na África do Sul, onde chegou à Universidade do Cabo, regressa jovem a Portugal. Dominando perfeitamente o inglês, chegou a escrever ensaios e poesias nesse idioma. De sua imensa obra o que mais nos chama a atenção é seu grande poder criativo, a ponto de expressar sua poesia através de diferentes "personalidades", seus heterônimos. Ainda assim, só teve seu valor plenamente reconhecido depois de morto. Pessoa teria morrido de cirrose hepática, segundo as más linguas, causada pelos vapores e emanações de uma leiteria, sobre a qual morou......O certo é que o poeta teve uma vida modesta e simples, trabalhando como correspondente comercial, principalmente de língua estrangeira, em firmas e escritórios lisboetas. Também é sabido que foi boêmio, tímido, reservado e de uma idoneidade intelectual e material absolutas.Bem menos conhecido de sua legião de admiradores d'aquém e d'além-mar é o caso que envolveu o poeta e o refrigerante Coca-Cola, ao redor de 1927 ou 1928.No final dos anos 20, conta o jornalista Victor Mendanha, do Correio da Manhã, de Lisboa, que a Coca-Cola tencionava entrar no mercado português, contratando para isso a agência de publcidade de Manuel Martins da Hora, amigo do poeta. Foi escolhida para representar a empresa em Portugal a firma Moitinho de Almeida Ltda., cujo proprietário, de mesmo nome, também era relacionado a Pessoa. Como agente do refrigerante no país, a empresa fez vir dos Estados Unidos, grandes partidas de garrafas e garrafões de Coca-Cola, praticamenteiguais às de hoje. Representante e publicitário pediram a Fernando Pessoa que criasse uma frase promocional, um slogan para a nova bebida.

FERNANDO PESSOA E A COCA - COLA
[Final]

A frase idealizada pelo poeta foi: "Primeiro estranha-se, depois entranha-se"... e com ela começam os problemas da Coca-Cola, em Portugal. Com o impacto da frase publicitária, ainda de gosto duvidoso, o novo refrigerante começou a ser vendido, até que o então Diretor de Saúde Pública de Lisboa, dr. Ricardo Jorge, sumidade médica da época, proibiu sua venda, ordenando "apreender todo produto existente no mercado e deitá-lo ao mar". Foi o próprio Pessoa quem relatou ao filho de Moitinho de Almeida o motivo da apreensão: a possível presença de uma infusão de folhas de coca no refrigerante e consequentemente de seu alcalóide, a cocaína. Por outro lado, se não o contivesse, seria fraude usar essa denominação. Na realidade, da Coca-Cola, constou mesmo um macerado de folhas de coca, desde a fórmula original, de 1886 até 1906. Quanto ao slogan criado por Pessoa, entendeu o dr. Ricardo Jorge, seria o próprio reconhecimento da toxicidade do produto que, como qualquer droga, inicialmente, "estranha-se" e depois "entranha-se". Por mais capenga que tenha sido a frase do poeta, e mais discutível ainda a proibição daquele médico, ficaram livres os portugueses da Coca-Cola, até depois da Revolução dos Cravos, em 1974, ou seja, por quase meio século.
Autor : Sérgio de Paula Santos

domingo, maio 05, 2002

O PARADOXO FRANCÊS
[Parte 1]

Dá-se a denominação de "Paradoxo Francês" ao curioso dado estatístico que ocorre na França, em que a população fuma mais, tem a vida sedentária e come tanto ou mais gordura que seus vizinhos e que os norte-americanos, mas sofre significativamente menos de afecções cardiovasculares que os outros.O fato - como todos os baseados em estatísticas - é discutível e discutido há muito tempo, principalmente por ser o consumo de vinho na França dos mais altos. Na realidade, o alcoolismo é um problema grave na França, mas principalmente no norte, relacionado à ingestão de bebidas destiladas, sendo muito baixo nas regiões vinhateiras do sul. Por outro lado, o efeito benéfico do vinho bebido moderamente e regularmente é conhecido da classe médica de há muito tempo.Com relação ao consumo do vinho na França e sua relação com a saúde, o "paradoxo francês" vem de ter uma grande e inesperada divulgação. Foi num dos programas de maior audiência da televisão, o 60 Minutes, da CBS, do jornalista Morley Safer. No caso do "paradoxo francês", a julgar pelas informações de Thomas Mattheus, do wine Spectator, maio de 1992, a matéria foi correta e criteriosamente documentada. A equipe americana deslocou-se a Lyon, capital gastronômica da França, onde passou alguns dias sendo assessorado pelo médico R. Curtis Ellison, encarregado do Serviço de Medicina Preventiva e Epidemiologia da Escola de Medicina da Universidade de Boston, que trabalhou com seu colega francês Serge Renaud, do INSERM, Instituto NAcional de Saúde e Pesquisa Médica de Paris. Ellison considerou a posição de Safer, editor do programa, ponderadas e séria, apresentando apenas os fatos considerados importantes pelos médicos. Renaud concluiu que o consumo moderado de álcool, principalmente sob forma de vinho tinto, pode reduzir em 50% o risco de moléstias cardíacas e vasculares, conclusão a que, na realidade, já haviam chegado vários outros pesquisadores e há muito tempo. Desta vez, entretanto, dadas as circunstâncias, o impacto foi maior e muito mais divulgado.

O PARADOXO FRANCÊS
[Final]

O programa foi levado ao ar em 17 de novembro de 1991 e assistido em 21.6 milhões de residências, a maior audiência nacional da semana e teve como retorno 184 malotes postais, além de telefonemas por vários dias, não contados. As opiniões foram favoráveis e desfavoráveis, mas a grande maioria, se não foi laudatária, foi pelo menos de apoio. Também foram interessantes as reações nas vendas de vinhos, que cresceram 44% nas quatro semanas que se seguiram ao programa, relativamente ao mesmo período do ano anterior, em 2.400 supermercados do país.
Já os produtores e publicitários do ramo viram-se à frente de um impasse, pois a legislação federal proíbe ao marketing de bebidas alcoólicas relacionar virtudes medicinais ou terapêuticas. Por outro lado, o Escritório Comercial da França publicou um enorme anúncio no The New York Times recomendando o consumo do vinho tinto [francês, é claro] para uma vida mais saudável, mais feliz e mais longa........Publicado uma única vez, o anúncio foi proibido.
Quanto ao "paradoxo francês" , amplamente divulgado por Safer, baseado nas conclusões de Ellison e Renaud, não se trata, portanto, nem de paradoxo e menos ainda francês. A ação benéfica do vinho, especialmente do tinto, sobre a saúde, como dissemos, já havia sido notada na Antigüidade, desde Hipócrates e Galeno, claramente enunciada por Pasteur e confirmada experimentalmente neste século por centenas de autores idôneos de todas as partes. Não existe pois paradoxos, mas apenas uma comprovação estatística, documentada cientificamente, de que o vinho moderadamente consumido, incorpora-se ao arsenal terapêutico da preservação da saúde do homem.
Lembre-se que a higidez e a saúde devem ser encaradas sob um duplo aspecto, físico ou orgânico e mental ou espiritual, sendo o vinho uma das poucas substâncias a beneficiar claramente ambos. Como diriam nossos caboclos - " um santo remédio".....
Autor: Sérgio de Paula Santos

sábado, maio 04, 2002


A LINGUAGEM DO VINHO

Já se disse mais bobagens sobre vinhos do que sobre qualquer outro assunto, com a possível exceção do orgasmo feminino e da vida eterna.
[Luis Fernando Veríssimo]


Conta-se que três apreciadores comentavam sobre um determinado vinho. "Lembra Cassis", pontifica o primeiro. "Maduro", acrescenta o segundo. "Colhido antes ou depois do meio-dia?", indaga o terceiro.











VINHO E SANGUE - THE E. & J. GALLO WINERY

Ernest [Gallo] sempre nos disse : "Sangue é mais valioso que água". Mas o que ele realmente crê é que o vinho é mais valioso que sangue.
Quando nos anos 50, o médico paulista Armando Gallo, chegou ao aeroporto de La Guardia, em Nova York, recebido pelo FBI, delicadamente foi interrogado por várias horas sobre a finalidade de sua viagem, seus antecedentes, relacionamentos nos Estados Unidos, etc.,etc.. Como não pôde comprovar sua condição de médico [ninguém viaja com diploma], sua inscrição num congresso internacional de oftalmologia só pôde ser confirmada no dia seguinte. Gallo só veio a compreender a "atenção especial" das autoridades americanas algum tempo depois, quando informado que a "famiglia" Gallo era uma das mais influentes do submundo norte-americano.
A "saga" dos Gallo nos Estados Unidos iniciou-se oficialmente em 1906, em Oakland, com a fundação da The Gallo Wine Company , antecessora da atual maior empresa vinhateira do mundo, a The E. & J. Gallo Winery. A companhia produz uma de cada quatro garrafas de vinho vendidas nos Estados Unidos e fatura 1,1 bilhão de dólares por ano. Possui grandes vinhedos, enorme estoque de vinhos e fabrica mesmo suas próprias garrafas. Só a indústria vidreira de garrafas dos Gallo é maior que toda a correpondente brasileira.
O iníco dos Gallo nos Estados Unidos foi ligado à outra família, a Bianco. Battista Bianco, vinhateiro em Alexandria, pequena aldeia no Piemonte, chegou à América em 1893, estabelecendo-se em Handford, perto de São Francisco. Em alguns anos, Battista faz vir a mulher e seus 4 filhos e, em 1901, já possui sua própria empresa de vinhos, a Bianco Winery, que abastecia os restaurantes italianos de Nova York. A vida era muito dificil, mas todos trabalhavam e economizavam . A família era alegre e benquista e com o tempo Battista já comprara algumas propriedades.

Ao redor de 1907, Giuseppe [Joe] e Mike Gallo, que compravam vinhos de Battista, passaram a frequentar sua casa e flertar com suas bonitas filhas Susie [Assunta] e Célia [Celestina]. Ao contrário dos Bianco, os Gallo não gozavam de boa reputação nem tinham raízes na comunidade. Contra a vontade do pai, as moças se casaram com os Gallo. Battista nem sequer compareceu às cerimônias civis, pois não houve casamento religioso, fato grave na sociedade de então. O tempo daria razão a Battista. Joe, dado ao álcool, espancava regularmente a esposa e, Mike, figura destacada do submundo do crime, conheceu mais de uma penitenciária. Em 1909, nasceu o rimeiro filho de Joe e Susie, Ernest, ainda vivo. O casal se separou no ano seguinte, logo após o nascimento do segundo filho, Julio, falecido em 1993, em acidente automobilístico.
Recentemente, os Gallo lançaram dois vinhos com pretenções de qualidade superior, o Chardonnay e o cabernet Gallo de Sonoma. É necessário lembrar que a imagem da Gallo Winery Co., sempre foi a de produtora de vinhos de massa, em volume. Assim, o lançamento desses novos vinhos mostra uma nova era da empresa. Os grandes vinhos, bem nascidos, só atingem seu apogeu com a lenta maturação,e o tempo é a condição essencial para esta evolução. Na atividade vinhateira, como em qualquer outra, não ocorrem milagres, como também em quealquer setor da atividade humana, quantidade e qualidade são pouco compatíveis.
Parece, portanto, que Ernest Gallo tinha razão ao afirmar que seu vinho é mais valioso que sangue.
Autor : Sergio de Paula Santos [ condensado ]

sexta-feira, maio 03, 2002

VINHOS ANGARO

O Angaro é produzido pela Finca La Celia, em Mendoza, região Argentina ideal para o cultivo da videira, com uma área de 600 hectares. Uma antiga vinícola adquirida em 1999 pela Viña San Pedro, 2ª maior vinícola chilena e responsável pela produção dos Vinhos Santa Helena, que no ano passado foi o vinho importado mais vendido no Brasil, com 180 mil caixas.
A linha O ANGARO é a primeira linha dessa vinícola, lançada pela nova administração. Espera-se para abril de 2002 o lançamento de duas linhas premiuns, a La Celia e La Consulta.
O enólogo responsável pelo Angaro, Mauricio Lorca, explica que nos vinhos tintos, seu objetivo é introduzir o consumidor a novas variedades de uva evitando o vinho 100% varietal, comum no novo mundo. Criou assim duas combinações originais de castas: um toque diferente ao famoso Malbec argentino misturando-o com 25% de Syrah, e ao excelente Cabernet Sauvignon produzido naquela região combinaram 50% de Tempranillo, uva típica da Espanha, que tem demonstrado boa adaptação em Mendoza.

Os 4 vinhos da linha ANGARO:

1. SAUVIGNON BLANC com notas herbáceas. Angaro Sauvignon Blanc é um vinho fresco e com equilibrada acidez. Apresenta uma cor amarela com reflexos verdes e intensos aromas de frutas tropicais como manga e abacaxi, combinados com notas herbáceas. Ideal para acompanhar peixes e mariscos.


2. CHARDONNAY Angaro Chardonnay é um vinho de boa estrutura e de acidez equilibrada. É caracterizado pelo aromas de boa intensidade que lembram frutas como maçã verde e pêra, combinadas com frutas de caroço duro como pêssego e damasco.