terça-feira, abril 30, 2002

O VINHO DO MÊS STA HELENA SELECION DEL DIRECTORIO MERLOT 1998
IMPORTADORA INTERFOOD


Este excelente Merlot confirmou, pelo segundo ano consecutivo, em uma degustação na ABS-SP, ser uma opção de ótimo custo benefício entre os Merlots chilenos.
Impressiona pela finesse dos aromas com toques de baunilha, cravo e muita fruta, que se juntam a uma boca macia com leve predomínio alcoólico, com taninos finos quase resolvidos, em um vinho pronto para beber.
É inferior ao 1996 mas continua sendo um belo vinho.

DEVOLVER O VINHO NO RESTAURANTE


Etiqueta é um conjunto de regras, criado para normalizar nossa conduta em situações determinadas. É comum lembramos da etiqueta em festas, solenidades, atos oficiais, mas mesmo no nosso cotidiano, existem certas regras e normas que devem ser respeitadas por representarem consensos estabelecidos por tradições geralmente após muitos anos de prática. No mundo do vinho, também temos nossas etiquetas, geralmente calcadas em muitos anos, às vezes décadas ou séculos de experiência.
A devolução de vinhos em restaurante é uma prática relativamente recente, do nosso século e que também tem suas regras.
Somente 2 situações justificam a devolução do vinho em um restaurante: a) estar oxidado; b) estar "bouchonée" ou com "doença de rolha".
Vejamos como caracterizar cada uma destas situações.
1- Oxidado - A cor evoluida, granada em um vinho tinto ou amarelo ouro em um vinho branco são sinais de alerta, devendo ser checados no aroma e na boca. No aroma o vinho oxidado lembra o vermute ou o xerez, com um intenso aroma de nozes.
Na boca o vinho tem geralmente menos acidez, sem frutas, magro com aparecimento da chamada acidez volátil (cheio de acetona, de "tinner" ou de vinagre).
Um vinho oxidado pressupoem más condições de armazenamento ou uma decisão de compra errada do proprietário ou do sommelier, o que caracteriza culpa e responsabilidade total do restaurante.
2- Vinho bouchonee - Provocado pela processo de branqueamento e esterilização da rolha que utiliza compostos clorados e que acaba criando uma substância o tricloroanisole, que em muito pequenas proporções (1:1.000.000) contamina o vinho provocando um aroma suigeneris, que lembra o mofo ou cogumelo, e que sobrepuja todos os outros aromas do vinho, tornando-o imbebível.
Neste caso o restaurante não é culpado, sendo apenas uma questão de sorte ou azar.
Portanto, devoluções de vinho porque o mesmo está "muito ácido" ou "muito alcoólico", comumente vistos em nossos restaurantes podem até ocorrer, já que às vezes os "sommelliers" e os proprietários preferem não criar problemas com o freguês, mas tecnicamente estão erradas.
Assim para impressionar a namorada ou seu chefe ou um grupo de amigos vale humilhar o maitre ou o sommelier, arrotando um conhecimento que não possui.
Fique certo, porém, que o sommellier e o proprietário sabem que você é apenas mais um dos que se integram ao seleto clube dos que usam o vinho para impressionar os outros., causando risos nos profissionais do gênero, justamente provocados por suas manifestações de esnobismo e de ignorância. Mais útil seria checar a temperatura de serviço do vinho, ou se os copos são os mais adequados, ou, em conjunto com o sommellier, tentar encontrar o vinho que combine melhor com o seu prato, ou com a sua sobremesa, de forma bem educada e aí sim, tendo chance de demonstrar seu conhecimento.
Aliás quem conhece vinho geralmente pode ser identificado rapidamente por atitudes aparentemente simples como segurar seu copo adequadamente, beber moderadamente e não fazer escândalo em restaurante para devolver seu vinho.

segunda-feira, abril 29, 2002

TOSCANA: O RENASCIMENTO DO VINHO


Chiantis e brunelos di Montalcino: Campeões que tem dominado esta região, onde o vinho é rei.Hoje os super-toscanos impressionam também o mundo. A Toscana é um imenso verdor coberto de vinhedos, oliveiras e ciprestes. Toscana vem de Tusca, terra dos etruscos, que ali faziam bons vinhos. Depois vieram os romanos, os lombardos, os bizantinos. Mais tarde, na Idade Média, os médicis a unificaram e fizeram de Florença o centro cultural do mundo; era o Renascimento, em 1.430. Então veio Napoleão, quando a região foi anexada ao Piemonte e em seguida, à Itália.

OS VINHOS : Aqui reina soberano o Chianti, vinho que conquistou o mundo com sua velha cepa de palha. Sua região produtora, junto com a do vinho do Porto, foi uma das primeiras Zonas Delimitadas do mundo. O Chianti se localiza praticamente no triângulo entre Pisa, Florença e Siena. O bom Chianti tem 75 % a 90 % de uva Sangiovese, podendo conter a Canaldo, Malvásia e Trebbiano. Há os vinhos dissidentes, que preferem ficar como o vini di tavola, porém, com mais liberdade de composição, são os super-toscanos: O Ceparello é quase 100 % Sangiovene; O Ornellaia e o Solaia são cortes de Cabernet Sauvignon. Estes dois últimos suprenderam o mundo ultimamente, sendo considerados como os melhores vinhos do ano por revistas especializadas. São também chamados de " Bordeaux Italianos", por usarem com grande sucesso, as uvas francesas. Outro exemplo é o Sassicaia, do Marchese Incisa della Rochetta. Sobre este vinho, Hugh Johnson já disse : "Talvez seja o melhor vinho italiano" . O Sassicaia hoje conquistou a denominação DOC Bolgheri.
O Brunello di Montalcino é o DOCG mais famoso da Toscana e o vinho toscano que mais precisa envelhecer. Sua criação deve-se à família Biondi Santi, a partir da uva clone Sangiovene Grosso ou Brunello.
O Rosso di Montalcino, também excelente, não tem a agressividade do seu primo Brunello. O Noble di Montepulciano, originado da cidade de Montepilciano e arredores, é um DOCG. Outro, da mesma categoria, dos melhores é o Carmigniano, pouco conhecido por aqui.
Autor: Alcides Carvalho.

domingo, abril 28, 2002

A UVA CABERNET SAUVIGNON

[PARTE 1]



Se quisermos apreciar bem o vinho, é fundamental que saibamos as características das diferentes uvas e como elas se expressam nos vinhos com elas produzidos. Pinot Noir, Sangiovese, Cabernet Sauvignon são todas uvas tintas, mas têm personalidades bem diferentes.
Devemos entender o que uma cepa deve oferecer quando se transforma em vinho, mais do que isto, o que uma cepa pode oferecer em sua excelência.
A Cabernet Sauvignon é tida como a "Rainha das Uvas Tintas", quanto a isso não creio que haja contestação, pois vários são os motivos que lhe propiciaram essa fama. Utilizada na região de Bordeaux desde o século XVIII, é geralmente "cortada" com as cepas Cabernet Franc, Merlot, Malbec e Petit Verdot. Esta fórmula bordalesa garante a obtenção de vinhos complexos e bem estruturados, possibilitando o aumento ou a diminuição ora de uma, ora de outra cepa para se obter o perfeito equilíbrio do vinho, o que não é possível fazer com os tintos da Borgonha, por exemplo, feitos com 100% de Pinot Noir.
É uma cepa que " viaja" muito bem, sendo encontrada nas mais diversas regiões produtoras do mundo graças à sua adaptabilidade e nível de qualidade, quer em vinhos com 100% dessa cepa, quer com os cortes mais variados.
Assim, na Austrália e na Provence, ela mescla-se com a Syrah, na Toscana com a Sangiovese e na África do Sul com a Merlot, Cabernet Franc e Pinotage.

A UVA CABERNET SAUVIGNON

[PARTE 2]

Na Califórnia, vamos encontrá-la das duas formas, mas os melhores vinhos são os produzidos com 100% da cepa ou quase isso. A partir de 1970, os californianos começaram a utilizar o corte bordalês, com pequenas porções de Merlot, Cabernet Franc, Malbec e Petit Verdot. Entretanto, muitos estão voltando à composição com maiores quantidades de Cabernet Sauvignon por acharem que o blended não chegou a melhorar a qualidade do vinho.
As características de uma Cabernet Sauvignon bem vinificada são as seguintes: vinhos intensos e ricos em aromas e sabores, lembrando groselha, ameixa preta, cereja e especiarias. Podem ser marcados por aromas vegetais, de oliva, menta, tabaco, cedro e anis. Também são freqüentes os aromas de geléia madura. Pode ser muito tânico se assim desejar o vinificador.
Vale ainda dizer que os melhores são de cor púrpura escura quando jovens, com acidez firme, encorpados, com grande intensidade de aromas e sabores concentrados e taninos bem presentes.
A Cabernet Sauvignon tem grande afinidade com a madeira e normalmente passa de 15 a 30 meses em barricas novas ou usadas de carvalho francês ou americano, o que lhe empresta aromas de madeira, cedro tostado e baunilha, enquanto o oxida levemente, atenuando seus taninos.
Para finalizar, convém lembrar que essa cepa - graças à sua formidável estrutura - pode nos brindar com vinhos de longa guarda, como os Grands Crus Classés de Bordeaux e os melhores californianos.

Aguinaldo Zackia Albert
DISCOVERY PORTUGUÊS
Copyright © 2000 Discovery Communications, Inc.

O DESPERTAR DE UM GIGANTE

[PARTE 1]

Quem é que já não tomou um cabernet sauvignon chileno, de marcas como Santa Helena e Concha y Toro? Frutados e super encorpados, têm um jeitão robusto e um tom bordô escuro muito característico. Esse cabernet sauvignon puro, sem misturas de outras uvas, sempre foi o vinho mais conhecido do Chile, exportado para o mundo todo. É um vinho "basiquinho", barato, feito para consumo diário. Todos os vinhos chilenos, aliás, sempre tiveram a mesma fama de serem simplórios e baratos. Feitos das famosas uvas francesas sauvignon blanc, cabernet sauvignon, merlot e malbec, geramente custam menos de 15 dólares a garrafa.
Isso está mudando rápido. O Chile acordou e percebeu seu potencial para produzir vinhos finos, que tenham mais profundidade de sabores e aromas e, conseqüentemente, sejam mais caros. Depois de décadas produzindo cabernet sauvignons e sauvignon blancs - usando máquinas antigas e sem grande preocupação com as particularidades de cada terreno plantado e de cada safra -, os chilenos estão começando a sofisticar seu modo de fazer vinho.
Clima e terreno propícios, o país sempre teve. Os vales da região central do Chile, principalmente ao Sul de Santiago, têm solo argiloso, clima frio, verões secos e água abundante vinda das neves derretidas dos Andes. No entanto, sempre faltou cuidado na hora de fazer o vinho. Não havia preocupação de escolher a espécie ideal de uva para cada terreno e a hora certa de fazer a colheita. Uvas eram transportadas até os tanques de fermentação feitos de cimento, debaixo de sol forte, sem controle de temperatura.
Hoje, as boas vinícolas usam tanques de fermentação de aço inoxidável e tonéis de carvalho francês para o envelhecimento dos vinhos. Isso se deve, em grande parte, à chegada ao país nos últimos anos de grandes vinícolas americanas e francesas. Incentivadas pela abertura do mercado do início da década de 90, elas vieram investir seu capital no Chile, onde a terra é mais barata. Apostaram na vocação vinhateira do país. Umas compraram vinícolas falidas ou desativadas, outras fizeram parcerias com produtores locais. Em poucos anos, passaram a produzir vinhos mais sofisticados, usando técnicas modernas e experimentando misturar uvas para conseguir vinhos mais harmônicos e complexos.
As principais empresas que vêm puxando esta verdadeira revolução são californianas: Franciscan Estates, Kendall Jackson, Laurel Glen... A vinícola Robert Mondavi - uma das melhores dos Estados Unidos - uniu-se à chilena Viña Errazuriz. Produzem juntos os vinhos Caliterra.
Mas até mesmo os franceses, tão apegados ao seu Terroir, estão procurando terras e parceiros no Chile.

sábado, abril 27, 2002

O DESPERTAR DE UM GIGANTE

[PARTE 2]

Os estrangeiros acharam no Chile o que buscavam: terras boas para cultivar videiras e mão de obra mais barata do que na Califórnia ou na França. Entretanto, a chegada deles foi ainda mais benéfica para os próprios chilenos, que viram suas vinícolas receberem investimentos, e seus vinhos, melhorarem de qualidade e subirem de preço no mercado internacional. Os melhores, como o Don Melchor Reserva Privada, da casa Concha y Toro, ou o M, da Viña Montes, chegam a custar 80 dólares por garrafa. Ao contrário de seus vinhos básicos, esses "top de linha" têm vários aromas deliciosos, que podem lembrar cassis e amoras, e uma bela estrutura, o que dá a sensação de que cada gole "enche" a boca.
Ou seja: está se desfazendo aquela velha imagem de que o Chile só faz tintos encorpados e muito parecidos entre si. Já não se diz mais que são vinhos "gostosinhos e baratinhos". Desde a chegada dos produtores estrangeiros, a imagem do vinho chileno vem melhorando sistematicamente. Há motivo de sobra para isso. Primeiro, hoje há mais Tipos de vinhos, brancos inclusive, feitos de uvas que antes não se cultivavam ali, como chardonnay e syrah. Segundo, a qualidade melhorou, graças às novas técnicas de plantio, colheita e vinificação e aos novos equipamentos. Por isso não é surpresa nenhuma que os preços tenham subido tanto.
Nunca o mercado de vinhos chilenos viveu um boom igual. Só para se ter uma idéia, no primeiro trimestre de 2000 o Chile exportou 23,7% mais vinhos do que no mesmo período do ano passado, segundo a Chile Vid - Associação de Exportadores de Vinhos Finos. Isso é muito bom para o Chile e suas vinícolas, mas ruim para o bolso do consumidor. O preço dos vinhos chilenos, que sempre foi tão atraente, agora não pára de subir. Não se acha mais aqueles tintos de oito dólares. Hoje estão custando 12, 15, 20 dólares. E a demanda americana, gigante e sempre crescente, faz com que o preço se mantenha em patamares cada vez mais altos.
Conseqüentemente, aqueles bebedores freqüentes de vinho que consideravam os chilenos seu "basiquinho de cada dia" já estão procurando outros vinhos ainda desconhecidos cujo preço ainda não tenha sido inflacionado pelo mercado. Quais vinhos são esses, que ainda custam pouco pelo que são? Argentinos, sicilianos, espanhóis.... mas isso já é assunto para uma outra conversa!

Luísa Smith
DISCOVERY PORTUGUÊS
Copyright © 2000 Discovery Communications, Inc.

terça-feira, abril 23, 2002

TEMPERATURAS IDEAIS DO VINHO

[PARTE 1]

Cada vinho tem sua temperatura adequada. Não existe regra geral. Dizer que os tintos devem ser servidos à temperatura a mbiente e os brancos, gelados, é muito vago.
As características de cada vinho, os gostos pessoais e as condições externas devem ser levados em conta. Um vinho provado num dia de calor, à beira da piscina, certamente deve ser mais gelado do que o vinho servido num jantar, numa noite de frio.
Além disso, a noção de temperatura ambiente também é relativa. Vem da Europa e do tempo em que as casas eram mais frias, não tinham sistemas de calefação. Nessa época surge a noção de chambrer o vinho, isto é, deixá-lo à temperatura do ambiente, da chambre, ou cômodo. As garrafas da cave com antecedência e deixar que ela esquentasse na sala até chegar à temperatura ambiente.
Essa idéia dificilmente se aplicaria às nossas condições. Aqui, não é raro encontrar um vinho com 22 graus, ou mais, num dia de verão. Aí já é quase uma sopa. Exageros à parte, estaria quente demais.
O que interessa é obter prazer, é poder desfrutar das boas qualidades do que se está bebendo. Um tinto muito aquecido tende a apresentar um aroma alcoólico, pois o álcool se desprende mais facilmente em temperaturas altas. Num vinho gelado demais, o aroma se esconde um pouco, e o tanino pode deixa-lo agressivo.
Assim, para efeitos práticos, poderíamos fixar a temperatura ambiente entre 16 e 18 graus. Numa noite de inverno em São Paulo, ou no sul do país, é fácil servir um tinto à temperatura ambiente. Basta deixá-lo na sala, ou um pouco ao relento, numa janela ou área de serviço. O vinho vai parecer fresco, mais ou menos na temperatura da água que sai do filtro.

TEMPERATURAS IDEAIS DO VINHO

[PARTE 2]

Numa noite de calor, porém, devemos resfriá-lo um pouco. Normalmente, o tinto pode ser colocado na geladeira por uma ou duas horas para chegar mais ou menos ao ponto. Outra solução prática é colocar a garrafa num balde com água gelada [só água , não com cubos de gelo]. Se ficar um pouco mais fria do que o desejado, basta esperar um pouco. A temperatura subirá com certa rapidez.
Essa temperatura de 16 e 18 graus pode ser considerada a mais alta. Nela, devem ser servidos os bons vinhos, os de guarda com bom teor de tanino, os encorpados, com grande concentração de paladar, como os crus de Bordeaux, os Rioja, os Penedés, os melhores feitos com a Cabernet Sauvignon no Chile, nos Estados Unidos, na Argentina, e em outros países; os portugueses de Dão, Bairrada e Alentejo; os melhores da região de Chianti e os grandes do norte da Itália, como o Amarone, do Vêneto, o Barolo e o Barbaresco, de Piemonte, os Cotes du Rhône de classe.
É verdade que alguns vinhos italianos - notadamente os Barolos e os Barbarescos - trazem nos rótulos recomendações de que devem ser consumidos entre 20 e 22 graus. Essa temperatura provavelmente foi ficada tomando como referência uma noite fria, como as do norte da Itália. As condições de nosso país são outras, bem diferentes.
Mas nem todos os tintos pedem essa temperatura ambiente. E não é só por questão de classe não, pois os de Borgogne, realmente espetaculares, são servidos a uma temperatura baixa, perto dos 14 graus.
Os tintos nacionais mais ligeiros, como os feitos com a cabernet Franc e a Merlot expressam-se melhor entre 14 e 16 graus. Na mesma companhia podem ficar os Côtes du Rhône simples; os Chianti mais correntes; os vinhos mais comuns do Chile e da Argentina, além dos Valpolicellas e Bardolinos.


segunda-feira, abril 22, 2002

TEMPERATURAS IDEAIS DO VINHO

[PARTE 3]

Resumindo, pode-se dizer que os vinhos tintos mais encorpados, feitos para durar, para envelhecer na garrafa, vão melhor à temperatura ambiente [16 e 18 graus], enquanto os jovens, para consumo rápido, devem ser servidos a temperaturas mais baixas.
O mesmo pode-se dizer em relação aos brancos secos. Todos devem ser gelados, mas os secos, de classe, mais complexos, demonstram melhor suas qualidades a temperaturas mais altas, entre 10 e 12 graus. Abaixo dos 8 graus, é dificil sentir o bouquê. Já os brancos frutados, ligeiros, com mais aroma do que bouquê, devem ser mais gelados.
Os grandes vinhos de Borgogne, como os Meursault, Montrachet e os bons crus de Chablis, os grandes secos de Pesséc-Leognan, em Bordeaux; os Riesling de primeiro time da Alsácia e os melhores Chardonnays americanos estão na classe que aceita temperaturas relativamente altas. Bebidas complexas, têm muitas nuances, que podem ser melhor percebidas se não estiverem muito geladas.
Os mais ligeiros, aromáticos e não tão complexos, devem ser mais gelados, entre 6 e 8 graus. Nessa categoria enquadram-se muitos vinhos, como os Bourgognes comuns; a maioria dos Bordeaux brancos, os Sancerres, Mâcon, Frascatti; Soave; os brancos chilenos, os argentinos de nível e os melhores nacionais.
Os vinhos realmente ligeiros, sem grandes qualidades ou defeitos, devem ser os mais gelados ainda, abaixo dos 6 graus. A baixa temperatura esconde nuances, mas também os defeitos. Podem ser enquadrados nesse caso os servidos nos aperitivos, normalmente descompromissados, refrescantes e nada mais; alguns secos e todos os doces nacionais; os alemães do tipo Liebfraumilch e os verde comuns de Portugal.
Os espumantes devem ser servidos gelados, na temperatura dos baldes de gelo. Os grandes de Champagne, os realmente especiais, podem ser servidos em torno de 8 graus.
É evidente que as temperaturas citadas servem como pontos de referência, não como regra absoluta. Basta que o vinho fique razoavelmente perto da temperatura adequada e que esteja agradando.
Em todo caso, é sempre melhor se houver alguma dúvida, gelar um pouco mais. É bem mais fácil fazer a temperatura subir do que descer.
O balde com gelo e água, muito prático, serve para quase todos os brancos. Convém que o recipiente seja alto, para que a garrafa gele até o gargalo. Os ligeiros e frutados podem sair do balde para a taça. Se o branco fôr de classe, basta retirá-lo antes de servir, ou de esperar que a temperatura suba um pouco na própria taça.
O congelador dever evitado. O choque térmico pode ser prejudicial.

domingo, abril 21, 2002

VIAGEM AO FANTÁSTICO MUNDO DOS VINHOS

--------OS GRANDES VALES VITINÍCOLAS DO CHILE-------

PARTE 1

Em um artigo na revista "Gourmand" , Paula Amunategui colocava de maneira muito clara que o Chile é capaz de produzir vinhos de uma mesma cepa ou variedade de uva com muitas diferenças entre um vale e outro- "Viños con Personalidad", afirmava a colunista. E o caminho para a valorização do conceito de "Terroir" , à medida que em uma mesma zona podemos perceber especifidade na viticultura.
Em maio de 1995, através de um decreto lei [464] , foi estabelecido a DENOMINAÇÃO DE ORIGEM, que levou em consideração tanto a divisão administrativa do país como a dos vales que atravessam os distintos rios. Atacama, Coquimbo, Aconcágua, Região do Sul são as 4 regiões vinícolas legalmente definidas; porém , a primeira não está apta à viticultura. Cada região, por sua vez, se divide em vales ou zonas: Coquimbo [ Zona ou Vale do Limari]; Aconcágua [ Zona ou Vale de Aconcágua e Casablanca]; Região Central [ Zonas ou Vales do Maipo, Rapel, Curicó e Maule]; Região do Sul [ Zona ou Vale do Itata e Bio Bio].
O Vale do Limari representa, em termos de viticultura, uma esperança futura, pois trata-se, segundo o enólogo Philippo Pszolkowski, de uma "zona complexa, porém interessante". Destaque a Viña Francisco de Aguirre.
O Vale do Aconcágua de clima mais quente e de alta luminosidade e muito promissor para o cultivo da Shyraz e já se mostra ideal para a Cabernet Sauvignon, como se pode constatar quando degusta-se vinhos da vinícola Errazuris, considerada uma viña de vinhos maravilhosos.
O Vale de Casablanca situa-se a 80 km de Santiago e a viagem em sua direção nos oferece logo após a saída de um túnel uma das visões mais bonitas no enoturismo chileno. Clima mais frio que propicia uma maturação mais tardia da uva e a ausência das águas do degelo dos Andes fazem com que se desenvolvam melhor as cepas brancas e as tintas Pinot Noir e Merlot, na opinião do enólogo Alejandro Hernandez. Dentre as principais vinícolas destacamos a Casablanca, a Morandé, A Veramonte e a Villard Fine Wines. Em todas podemos degustar chardonnays fantásticos e/ou merlots maravilhosos.

VIAGEM AO FANTÁSTICO MUNDO DOS VINHOS

--------OS GRANDES VALES VITINÍCOLAS DO CHILE-------

PARTE 2

O Vale de Maipo é uma das zonas vitinicolas mais antigas do Chile e está localizado na periferia de Santiago. Encontram-se aqui algumas das principais vinícolas como a Canepa, Concha Y Toro, Cousiño Macul, Santa Carolina, Santa Rita, Santa Inês, Carmen, Tarapacá, Undurraga, Aquitânia, Portal do Alto, Casa Rivas. Cada uma dessas viñas produz vinhos que fazem história, tais como Don Melchior [Concha Y Toro] , Casa Real [ Santa Rita], Domus Aurea [ Cousiño Macul], Finis Terrae [ Cousiño Macul], Magnificum [ Canepa], Bodega da Familia [ Undurraga], Reserva de Familia De Martino [ Santa Inês], Gold Reserve [ Carmen], Millenium [ Tarapacá], , vinhos considerados premium, portanto, estariam entre os melhores vinhos do Chile. Outros vinhos desta região muito conhecidos no Brasil : Don Luiz e Antigas Reservas [ Cousiño Macul], Casillero del Diablo [ Marques de Casa Concha], Finíssimo [ Canepa], Santa Carolina Reserve Especial . Sem dúvida, o Vale de Maipo é um local de excelentes tintos, sobretudo a base de Cabernet Sauvignon. Com destaque especial a Viña Almaviva [parceira da Casa Concha Y Toro com Baron Philippe de Rotschild], que produz o "Almaviva", a majestade dos "premiuns".

sábado, abril 20, 2002

VIAGEM AO FANTÁSTICO MUNDO DOS VINHOS

--------OS GRANDES VALES VITINÍCOLAS DO CHILE-------

PARTE 3 (FINAL)

O Vale do Rapel, ao sul da região central pode ser dividido em dois vales: Cachapoal e Colchágua. Este último por ser uma zona intermediária propicia um cultivo de uma ampla variedade de cepas.Destaque para as vinícolas Santa Emiliana [divisão da Concha Y Toro], Los Vascos, Montgras, Casa Lappostolle, Santa Ema e a Viña Santa Amalia.
O Vale do Curicó é belíssimo de se ver. A Viña Miguel Torres produz vinhos dignos como o "Santa Digna" e o "Manso del Velasco". Outras vinícolas importantes do vale são : Viña San Pedro, com seus premiuns "Cabo de Hornos" , "Castilo de Molina" e os mais simples 35 Sur e Gato Negro. A Viña Valdivieso com seu top "Caballo Loco" e a Viña Montes com sua linha "Montes", "Vila Montes" e "Montes Alpha", dão mais destaque a excelentes produções de vinhos deste vale. Atenção especial ao premium da Montes " M", de grande potencia e complexidade.
O Vale de Maule é o último da região central situado a mais ou menos 200 km de Santiago, ao sul. Destaque às vinícolas Domaine Oriental, Carta Vieja, Terranoble, J.Bouchon e Tabontinaja, todos estes com bons vinhos merlots, carmenéres e cabernet franc.
O Vale do Itata e Bio Bio, da região sul, até pouco tempo atrás, dedicava apenas a produção de vinhos "ordinários", porém nos tempos atuais, devido ao aumento de superfície plantada de uvas finas, aliado ao excelente clima mediterrâneo de grande amplitude térmica [grandes diferenças de temperatura noite/dia], constituí numa grande promessa. Vinos del Sul é uma viña de destaque.
Muitas das vinícolas tem vinhedos em diversas regiões, em seus distintos vales ou zonas e que por isso ficam dificil relacionar vinícola com vale. Outro problema é o grande número de vinícolas que produzem bons vinhos, tais como La Rosa, Gracia, Casa Silva, Calina, praticamente impossibilita-se esgotar a temática.

sexta-feira, abril 19, 2002

VINHOS :
Pinot Noir - com teor alcoólico de 12°, cor vermelho tijolo aveludado, redondo e frutado. Com 1,84g/l conteúdo de açúcar obtido a partir da redução..
Merlot Premiat- seco de 12-12,5°, cor vermelho intenso, firme e com buquê que evolui com a idade. Mesmo teor de açúcar.
Pinot gris- Surgiu na Romênia após a invasão da Filoxera. Os vinhos podem ser do tipo : seco, meio-seco, meio-doce. Teor alcoólico 12,50°, cheios, robustos, equilibrados com personalidade impregnada de aroma específico, o qual evolui por envelhecimento, num buquê peculiar.
Premiat Sauvignon Blanc- Vinho seco com aroma típico da variedade. Teor alcoólico 12° .São cheios, robustos, equilibrados.
Tarnave Valley Chardonnay- Os vinhos secos desfrutam de uma excelente apreciação, com quase 13,4° de álcool e 6,0g/l de açúcar. Caracterizam-se pelo aroma e fineza.
Riesling Italiano ou Itálico- Penetrou na Romênia antes da invasão da Filoxera. Os vinhos são secos, firmes e de sabor equilibrado, com buquê que evolui favoravelmente após o engarrafamento.
Muskat Dry- De aspecto claro, amarelo esverdeado, conteúdo de açúcar 8g/l.e de sabor agradável, têm buquê peculiar, com 12 graus de álcool .
Riesling Dry- Vinho seco, com 12° de álcool, forte personalidade, agrada a amplas faixas de consumidores. É uma das variedades nobres de Riesling.
Riesling Tarnave Castle- Trata-se de um vinho mais suave (30g/l açúcar). Aspecto semelhante ao Muskat Dry, de aroma facilmente identificável, possui um caráter intrínseco de nobreza.

domingo, abril 14, 2002

Estamos atualizando nosso site. Em breve você encontrará, aqui, sugestões de sites sobre os melhores vinhos do mundo e sua história; como conhecer um bom vinho; acompanhamentos; etc. Também teremos à disposição, bons sites sobre bacalhau. Aguarde!