Álcool que evita o infarto
Roberta Paixão
Os médicos sabem há tempos que uma bebidinha ajuda a reduzir os riscos de doenças cardíacas. Mas só agora se descobriu a dose certa de álcool. Depois de acompanhar 21.000 homens saudáveis, com idade entre 40 e 84 anos, pesquisadores da faculdade de medicina de Harvard concluíram que o consumo de 30 gramas de álcool (o equivalente a duas taças de vinho, duas latinhas de cerveja ou duas doses de uísque), de cinco a seis vezes por semana, reduz em 79% os riscos de infarto. O resultado foi publicado na última edição da revista Circulation, da Sociedade Americana de Cardiologia. Entusiasmados com os resultados, os médicos investigaram também os efeitos sobre o cérebro. Tintim! Um drinque semanal diminui em 21% o perigo de isquemia cerebral, a suspensão da irrigação sanguínea no cérebro. "Se usado com bom senso, o álcool pode ser considerado um remédio", atesta o cardiologista carioca José Geraldo de Castro Amino.
Sem moderação, o álcool é um perigo. Além de diminuir a proteção ao coração (veja quadro abaixo), aumenta os riscos de hipertensão, complicações de diabetes e problemas hepáticos. "Além, é óbvio, de poder levar ao alcoolismo", adverte o epidemiologista gaúcho Aloyzio Achutti. Por isso, os médicos não se sentem à vontade em receitar bebidas alcoólicas contra os males cardíacos. Não fosse o risco de a receita descambar para o abuso, o álcool estaria no rol dos recursos mais indicados na prevenção das doenças cardiovasculares, que mata 300.000 pessoas por ano no Brasil. Além do álcool em si, as bebidas alcoólicas contêm os flavonóides, proteína encontrada em grãos, lêvedos e frutas, sobretudo na casca de uva – daí o vinho ser o mais indicado na prevenção do infarto. Essa substância evita a formação de placas de gordura pelo LDL, o colesterol ruim. Depositadas nas paredes das artérias, as placas gordurosas dificultam a irrigação sanguínea do coração. Tem mais. O álcool incentiva a produção de HDL, o colesterol bom, que impede a formação e o acúmulo de LDL nas artérias coronárias. Um santo remédio, desde que os goles sejam parcimoniosos.
Sem moderação, o álcool é um perigo. Além de diminuir a proteção ao coração (veja quadro abaixo), aumenta os riscos de hipertensão, complicações de diabetes e problemas hepáticos. "Além, é óbvio, de poder levar ao alcoolismo", adverte o epidemiologista gaúcho Aloyzio Achutti. Por isso, os médicos não se sentem à vontade em receitar bebidas alcoólicas contra os males cardíacos. Não fosse o risco de a receita descambar para o abuso, o álcool estaria no rol dos recursos mais indicados na prevenção das doenças cardiovasculares, que mata 300.000 pessoas por ano no Brasil. Além do álcool em si, as bebidas alcoólicas contêm os flavonóides, proteína encontrada em grãos, lêvedos e frutas, sobretudo na casca de uva – daí o vinho ser o mais indicado na prevenção do infarto. Essa substância evita a formação de placas de gordura pelo LDL, o colesterol ruim. Depositadas nas paredes das artérias, as placas gordurosas dificultam a irrigação sanguínea do coração. Tem mais. O álcool incentiva a produção de HDL, o colesterol bom, que impede a formação e o acúmulo de LDL nas artérias coronárias. Um santo remédio, desde que os goles sejam parcimoniosos.
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